Com 600 mil passageiros, Salvador tem apenas 50% da frota de ônibus nas ruas
Gestão se recusa a aumentar frota; população sofre com ônibus lotados

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Salvador funciona com apenas com 50% da sua capacidade de transporte. Cerca de 600 mil passageiros utilizam o serviço por dia. O Farol da Bahia tem noticiado com frequência o caos do sistema.
Diariamente, vídeos de passageiros em coletivos lotados são enviados para à redação. A população reclama da falta de empenho do poder público no combate ao coronavírus dentro dos ônibus e pede o aumento da frota.
No entanto, segundo o secretário de Mobilidade, Fábio Mota, a frota deve permanecer a mesma. A gestão afirma que no início da pandemia a oferta do transporte caiu para 26%, já em dias normais, 1,6 milhão de pessoas utilizavam o serviço.
“Já temos quase 6 mil pessoas mortas na Bahia por Covid-19, mas nós continuamos aí com bairros da cidade com muitos casos, como por exemplo o Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Plataforma, Pernambués, onde continuamos com as nossas ações de higienização e testagem. Quando os shoppings ampliarem seus horários, e quando for voltando às aulas, vamos aumentar nossa frota. Quando a vacina chegar tudo volta como era antes, por enquanto continua assim”, afirmou o secretário em entrevista a rádio Metrópole, nesta terça-feira (8).
O secretário pontuou ainda que a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviou um ofício à pasta solicitando o aumento do transporte durante o período da noite.
O pedido, no entanto, na visão da prefeitura é inviável já que a única demanda do setor são dos próprios trabalhadores dos bares e restaurantes.
"Não tem como ampliar porque não tem mais demanda, a partir das 21h não tem mais ninguém na rua circulando", explicou.
Na última semana, o Farol da Bahia publicou a devolução dos ônibus que foram alugados para atender a demanda do transporte público em Salvador.
A devolução foi feita pela intervenção no Consórcio feita pela prefeitura de Salvador. Anunciada em junho, a medida de mantém até hoje e os ônibus com ar condicionado foram alugados para que se cumprisse o contrato de concessão com o Município e para que o prefeito ACM Neto cumprisse a promessa de ter ônibus com ar-condicionado circulando na cidade até o fim do ano.
A intervenção na CSN foi feita porque a empresa solicitou com a alegação de que, diante do desequilíbrio econômico provocado pela situação de medidas restritivas impostas pela prefeitura de Salvador como forma de enfrentamento ao Covid-19, a forte queda no número de passageiros e o sistema mantido somente com o pagamento da tarifa, tornou a operação inviável.
Diante da possibilidade de caos no transporte, o Farol da Bahia descobriu que a prefeitura tenta aprovar uma lei na Câmara dos Vereadores livrando do município a responsabilidade com os empregados da CSN.