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Com a pandemia, o uso de máscaras contribuiu para o aumento de mau hálito

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Com a pandemia, o uso de máscaras contribuiu para o aumento de mau hálito

Segundo especialistas, o problema ocorre em decorrência da respiração pela boca

Por Michel Telles
Com a pandemia, o uso de máscaras contribuiu para o aumento de mau hálito
Foto: Divulgação

O mau hálito é um problema bucal que incomoda muita gente. De acordo com a estimativa da Associação Brasileira de Pesquisas dos Odores Bucais, 40% dos brasileiros sofrem com halitose. A condição é uma alteração fisiológica que resulta na emissão de odores ruins. Com a pandemia, o uso de máscaras para a proteção contra o coronavírus pode ter contribuído para piorar o número de indivíduos que sofrem de mau hálito. 

De acordo com o cirurgião dentista Maurício de Paula, da clínica Ortoestética, a máscara dificulta a respiração, fazendo com que as pessoas tenham uma maior tendência em respirar pela boca e, com isso, fique seca. Consequentemente, a falta de saliva - que tem ação protetora - auxilia no surgimento de cáries e problemas gengivais. Além disso, o ar acumulado dentro da máscara pode piorar o hálito. 

Maurício também ressalta que o problema está relacionado, na maioria dos casos, à higiene bucal incorreta ou inadequada. ”A pessoa que tem mau hálito não se dá conta. Pode ser uma situação temporária ou prolongada, dependendo da origem do problema. Existem alimentos que causam o quadro após sua ingestão, mas isso se resolve com uma boa escovação e uso de fio dental”, explica o especialista.

Em casos que a duração é maior, para evitar constrangimentos, normalmente quem convive com a pessoa percebe, mas evita abordar o assunto. “90% dos casos podem ser tratados com higiene bucal correta e tratamentos dentais. Não devemos esquecer que o problema de mau hálito, chamado de halitose, pode afastar pessoas do convívio”, destaca o especialista. 

Causas e tratamentos

O dentista ainda explica que a causa mais comum começa na língua. O órgão é revestido por papilas, onde há o acúmulo de restos de alimentos e células que descamam do epitélio lingual. “Os restos de alimentos que ficam entres as papilas acabam alimentando e dando condições perfeitas para o surgimento de bactérias. A fermentação acaba liberando substâncias ricas em enxofre, o que provoca o mau-hálito”, ressalta.

As doenças de gengivite e periodontite devem ter uma atenção especial pois também causam halitose. Nesses casos, o tratamento é direcionado pela extensão do problema. “As cáries mais extensas podem reter restos de alimentos com bactérias e atingir a polpa do dente. Com isso, há a mortificação pulpar e esse problema causa um odor bem desagradável”, diz o cirurgião dentista.

Mas existem outros casos onde a avaliação pelo dentista é muito importante. Na consulta, através de exames clínicos e escaneamento intraoral, é possível fazer uma investigação completa da língua e da parte dentária, porque resíduos, placas bacterianas e bactérias podem ficar acumulados em várias regiões da boca.

Maurício enfatiza que não se pode desconsiderar que a halitose pode ter um viés diferente, relacionados a doenças sistêmicas, como deficiências renais ou hepáticas, diabetes, sinusite, problemas respiratórios e tonsilas (amígdalas) inflamadas. “Há também situações que ocorrem por problemas estomacais que são a eructação gástrica (“arroto”) e o refluxo gastroesofágico”, complementa.

Outra causa bem conhecida é a diminuição do fluxo salivar, conhecida como xerostomia.  Fatores ligados a esse caso interferem na produção das glândulas salivares. “Medicamentos podem causar xerostomia ou situações onde o paciente respira pela boca. Para evitar esse problema, o ideal é que o consumo de água seja aumentado”, diz o especialista.

Para evitar que esse tipo de situação atrapalhe relacionamentos, amorosos ou profissionais, é recomendado que o paciente faça consultas de rotina ao dentista e mantenha a profilaxia (limpeza) em dia. Caso essas etapas sejam aplicadas e o mau-hálito persistir, o problema deve ser investigado com outros profissionais.

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