Com aumento da desigualdade social, ações sociais ganham força na pandemia

Pesquisa mostra que 71% dos brasileiros têm interesse no voluntariado

[Com aumento da desigualdade social, ações sociais ganham força na pandemia]

FOTO: Getty Images

A pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, acentuou a desigualdade social, o desemprego e a fome em todo o Brasil. Embora o pagamento de benefícios sociais tenha sido fundamental neste momento, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado neste mês, mostra que um em cada quatro brasileiros viveu abaixo da linha de pobreza no ano passado, quase 51 milhões de pessoas. 

Para diminuir esses efeitos negativos, as ações sociais se mostraram imprescindíveis. Durante a pandemia, os voluntários precisaram se reinventar, arriscando a própria saúde para fazer o bem a quem precisa. Dados de uma pesquisa do Itaú Social e Instituto Unibanco, realizada pelo Datafolha, mostram que a população brasileira  é propensa à atividade voluntária. No geral, 9 a cada 10 pessoas reconhecem a importância do voluntariado e 48% da população faz ou já fez alguma atividade voluntária.

A pesquisa mostra, ainda, que a vontade de ajudar o próximo aumentou ainda mais durante a pandemia, quando 47% disseram que passaram a doar mais alimentos. Além disso, o levantamento mostra que 71% dos brasileiros têm interesse no voluntariado. Entre as principais causas que gostariam de atuar são de assistência (doação de alimentos, vestuários), projetos de educação, preservação de meio ambiente, saúde, proteção de animais e acolhimento de pessoas em situação de rua. Da parcela que nunca fez uma ação voluntária, 35% citam a falta de oportunidade e 32% a falta de tempo.

No total, a pesquisa ouviu 1.871 pessoas, a partir dos 14 anos, com o objetivo de analisar a perspectiva do brasileiro em relação ao voluntariado. Os resultados indicam também que os brasileiros estão preocupados com o próximo e dispostos a ajudar. Em entrevista ao Farol da Bahia, Mirella Nobre e Camilla da Matta, ambas de 24 anos, reforçaram o resultado do levantamento. Para elas, o trabalho voluntário é importante porque é um ato de coragem, amor e empatia. As duas são voluntárias do projeto social ‘Chega pra Somar', em Salvador, e ajudam pessoas que precisam de doação de sangue e estão em situação de rua.

"Nós modificamos a forma de trabalhar durante a pandemia, mas não deixamos de ajudar a população que mais precisa porque entendemos que o vírus acentuou as desigualdades. Apesar do avanço da vacinação contra o novo coronavírus, a gente sempre toma todos os cuidados recomendados em nossas ações. Para mim, é muito gratificante ajudar quem mais precisa. Se cada pessoa ajudar um pouco, conseguiremos mudar a vida de muitas pessoas”, disse Camilla.

“O trabalho voluntário é, sem dúvidas, essencial. É entrega, é responsabilidade, empatia e amor. É um olhar diferente para a vida, é se colocar no lugar do outro e querer ajudar e fazer a diferença”, completou Mirella.

A pesquisa mostra ainda que, entre a parcela que faz ou fez ações de voluntariado, a ampla maioria sente alegria em ajudar os que precisam (99%), gostam de ajudar o outro sem esperar nada em troca (98%), está sempre disposta a ajudar os que mais precisam (94%) e se identificam com o sentimento do outro (88%).

Dia internacional do Voluntário

Visando conscientizar a população acerca da importância de ajudar o próximo, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou, em 1985, o dia 5 de dezembro como o Dia Internacional do Voluntário. A data é usada por diversos países em parceria com a ONU para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), um conjunto de metas estabelecidas pela entidade em 2000 para o desenvolvimento sustentável. Entre eles, estão: combate à fome e à miséria, redução da mortalidade infantil e garantia da qualidade de vida e respeito ao meio ambiente.
 


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