Com aumento do preço, Índia proíbe exportação de trigo

Governo indiano argumenta que ação visa evitar riscos à segurança alimentar do país

[Com aumento do preço, Índia proíbe exportação de trigo]

FOTO: Embrapa

A Índia proibiu, a partir deste sábado (14), a importação de trigo em razão do aumento súbito dos preços do cereal no mercado mundial. Segundo o governo indiano, a ação acontece para evitar riscos à segurança alimentar do país.

Entre os motivos que impactaram a decisão está o conflito na Ucrânia e as ondas de calor que prejudicaram a produção da commodity no país.

A Direção-Geral de Comércio Exterior da Índia anunciou que “a política de exportação de trigo está proibida com efeito imediato”. A medida abre exceção aos envios “para os quais já foram emitidas uma carta de crédito irrevogável”.

Segundo o governo, uma licença especial para exportar trigo também pode ser emitida aos países que correm o risco de sofrer com a escassez de alimentos.  

Autoridades indianas apontam que a ação leva em consideração "que o governo da Índia está comprometido com os requisitos de segurança alimentar da Índia, países vizinhos e outros países em desenvolvimento vulneráveis que são afetados negativamente por mudanças repentinas no mercado mundial de alimentos e não conseguem aceder a fornecimentos suficientes de trigo”.

O país é o segundo maior produtor de trigo, colhendo anualmente cerca de 107 milhões de toneladas, o que corresponde à 13,5% da produção mundial, segundo dados do Ministério do Comércio indiano. A maior parte da safra, no entanto, é destinada ao consumo interno.

Reação do G7 

Após o anúncio, os ministros da Agricultura do G7, grupo dos sete países com a maior economia mundial, criticaram a decisão indiana. “Se todos começarem a impor restrições à exportação ou fechar mercados, isso piorará a crise”, apontou o chefe da pasta alemã, Cem Ozdemir.

Além disso, o ministro apontou que cerca de 20 milhões de toneladas de trigo estão armazenadas na Ucrânia e precisam ser exportados. Antes da guerra, o país era responsável pela produção 12% do trigo mundial, 15% do milho e metade do óleo de girassol.


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