Com tensão fiscal, Moody's conserva nota do Brasil, mas altera a perspectiva

Agência de classificação de riscos Moody's continuou com nota de crédito soberano no país em Ba1

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Com tensão fiscal, Moody's conserva nota do Brasil, mas altera a perspectiva

Foto: Divulgação

A agência de classificação de riscos Moody's comunicou que continuou com a nota de crédito soberano do Brasil em Ba1, porém alterou a perspectiva de avaliação (rating, no jargão) de positiva para estável, em um comunicado publicado nesta sexta-feira (30). 

A agência menciona “uma deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida” e “um progresso mais lento do que o esperado no enfrentamento da rigidez dos gastos e na construção de credibilidade em torno da política fiscal, apesar da adesão às metas de resultado primário”. Para a Moody's, a alteração da perspectiva para estável é um reflexo de uma diminuição de forma gradual dos risco de crédito positivos. 

“A capacidade do governo de reduzir substancialmente as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o ônus da dívida no curto prazo permanece limitada pela rigidez dos gastos e pelo aumento dos custos de captação”, continua a Moody’s.

Após o comunicado, o Tesouro Nacional do Brasil emitiu uma nota em que afirma que a manutenção da nota de crédito "“reflete a expectativa de continuidade de um crescimento econômico sólido e sustentável, de uma economia diversificada e com vulnerabilidade limitada a choques externos devido à favorável posição externa”.

O órgão do Ministério da Fazenda, do ministro Fernando Haddad (PT), ainda afirmou que a agência “reconhece o histórico de sucessivas reformas estruturais implementadas ao longo dos últimos governos como um dos pilares que reforçam a resiliência da economia brasileira”.

Alteração na perspectiva 

Sobre a alteração na perspectiva, a agência enxerga a tentativa de consolidação fiscal, sobretudo com o cumprimento das metas de resultado primário. 

“Nos últimos três anos, o crescimento real do PIB brasileiro manteve-se forte, em torno de 3%, e o governo atingiu suas metas de déficit primário, conforme esperado”, afirmou a agência. “No entanto, um aumento significativo da inflação e das expectativas de inflação, em um contexto de forte atividade econômica, levou o Banco Central a retomar um aperto monetário vigoroso”.

A Moody´s ainda menciona preocupações do mercado em relação à direção da política fiscal, que teriam ajudado para a elevação das expectativas de inflação e do prêmio de risco da dívida pública. 

Contudo, ela ainda chama a atenção para que se os esforços para a consolidação forem revertidos ou se demonstrarem efetivos mais baixos do que é o esperado, teria o perigo de uma pressão para baixo na perspectiva do rating. 

Sobre isso, a Fazenda afirmou que o seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais e com o processo de reformas estruturais, essenciais para assegurar o alto desenvolvimento econômico de longo prazo e garantir o equilíbrio das contas públicas.

“Esse processo tem ocorrido – e continuará ocorrendo – por meio do trabalho conjunto entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional, que demonstraram eficácia ao aprovar diversas medidas relevantes, incluindo uma ampla reforma tributária”, destacou a pasta.
 

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