• Home/
  • Notícias/
  • Política/
  • Comissão do Senado aprova projeto antifacção com taxa sobre bets para financiar segurança

Comissão do Senado aprova projeto antifacção com taxa sobre bets para financiar segurança

Também foi aprovada urgência na CCJ para encaminhar o projeto ao plenário ainda nesta terça

Por FolhaPress
Às

Comissão do Senado aprova projeto antifacção com taxa sobre bets para financiar segurança

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

CAIO SPECHOTO - A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta-feira (10) uma versão do projeto de lei antifacção que cria um tributo sobre as empresas de apostas digitais conhecidas como bets para financiar ações de segurança pública. A proposta agora precisa ser votada pelo plenário da Casa.

A proposta já passou pela Câmara, em um processo que instigou a polarização entre governo e posição, resultando em uma derrota para governistas. Se o plenário do Senado aprovar o texto na forma como passou pela CCJ, será necessária uma nova análise pelos deputados.

A proposta foi aprovada no colegiado por votação simbólica, sem contagem de votos. O arranjo é possível quando há acordo entre as bancadas. Também foi aprovada urgência na CCJ para encaminhar o projeto ao plenário ainda nesta terça.

O relator do projeto na comissão foi o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que deve ser relator também no plenário. Ele afirma que o novo tributo sobre bets pode arrecadar cerca de R$ 30 bilhões ao ano. A nova taxa é chamada por Vieira de Cide-Bets, em alusão ao tributo pago por combustíveis.

A proposta aprovada pela CCJ ainda aumenta penas para integrantes de organizações criminosas e altera tipos penais que foram propostos pela Câmara.

O colegiado substituiu as tipificações de "domínio social estruturado" e "favorecimento ao domínio social estruturado", sugeridos pelos deputados, pelos tipos de "facção criminosa" e "milícia privada". A discussão é sobre como combater o domínio de territórios por criminosos.

Milícias e facções criminosas são equiparadas para os fins legais, com penas-base de 15 a 30 anos. O texto estipula agravante, por exemplo, para quem comanda esse tipo de organização.
De acordo com Vieira, as penas para líderes de facções poderá chegar a 120 anos de prisão –mas o projeto não muda o limite de 40 anos para o cumprimento de penas.

O projeto também facilita o bloqueio de atividades econômicas de organizações criminosas e o perdimento de bens de criminosos.

A pena para quem praticar crime de receptação decorrente do crime organizado é fixada de 6 a 10 anos. É criado um tipo de penal para recrutamento de crianças e adolescentes para facções, com pena de 5 a 10 anos de prisão.

Além disso, o texto aumenta a pena para quem matar militares e para quem interromper o funcionamento da infraestrutura de transportes em atividade criminosa organizada.

"Este projeto representa o mais duro golpe contra o crime organizado no Brasil da história do Parlamento brasileiro, porque, ao mesmo tempo em que endurece penas, endurece processo, endurece cumprimento de penas, cria novas ferramentas, reforça ferramentas de investigação e processo, cria fonte de recurso para as atividades", disse Vieira.

Tanto governistas quanto opositores manifestaram apoio ao novo tributo. "Minha opinião sobre as bets é que nem eram para terem sido aprovadas", disse a senadora Zenaide Maia (PSD-RN). "O lucro do crime organizado aumentou assustadoramente depois desse advento das bets", afirmou Eduardo Girão (Novo-CE).

Uma das discussões que mais tiveram destaque ao longo da tramitação do projeto na Câmara foi equiparar ou não as organizações criminosas a organizações terroristas. A ideia é defendida por bolsonaristas.

O relator do projeto na Câmara, o bolsonarista Guilherme Derrite (PP-SP), chegou a propor essa equiparação, mas precisou recuar para o projeto ser aprovado. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por exemplo, é contra a equiparação sob o argumento de se tratarem de crimes de natureza diferentes.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário