Congresso Raízes da Inovação fortalece debate sobre tecnologias emergentes no Brasil!
Evento gratuito promovido pela Fundepag foi realizado nos dias 2 e 3 de dezembro em Campinas (SP)

Foto: Divulgação
A Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) realizou, nos dias 2 e 3 de dezembro, o Congresso Raízes da Inovação, em Campinas (SP). O evento reuniu especialistas de instituições públicas e privadas para debater o avanço da inteligência artificial, a infraestrutura necessária para sua expansão no Brasil e no mundo, além dos caminhos da agricultura regenerativa e das práticas sustentáveis.
A abertura do evento reuniu a secretária de Desenvolvimento Econômico de Campinas, Adriana Flosi; a assistente técnica da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo e coordenadora do programa Sabor de São Paulo, Christine Fuchs; a assessora da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Morgana Tito; o secretário-executivo da Secretaria de Agricultura, Alberto Amorim; e o diretor-presidente da Fundepag, Álvaro Duarte. Juntas, as autoridades reforçaram a importância de integrar conhecimento científico, inovação e políticas públicas para fortalecer a competitividade do agronegócio brasileiro.
Inteligência artificial e infraestrutura para inovação
O primeiro dia do congresso abordou os desafios e as oportunidades da inteligência artificial aplicada ao desenvolvimento tecnológico nacional. Duarte conduziu a mesa “Desenvolvimento de IA generativa – estratégia e desafios do Brasil”, em que foram apresentados diferentes olhares sobre a criação de modelos de IA. O diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Fábio Borges de Oliveira, detalhou o desenvolvimento da IA Carcará. O tecnologista sênior do CTI Renato Archer, Rodrigo Bonacin, compartilhou os avanços na produção de modelos nacionais. O executivo da Positivo, Marcelo Schunk, apresentou iniciativas corporativas entre setores público e privado, e a pesquisadora da unidade BIOS – Unicamp, Renata Pelissari Infante, discutiu diretrizes e prioridades da estratégia nacional de IA.
Na sequência, a mesa “Aplicação da IA em diferentes setores” ampliou o debate para experiências já em curso no país, sob moderação da conselheira do Parque Tecnológico CTI-Tec, Flavia Motta. A diretora do NexIA Lab, Fabrizia Rosseti, abordou a humanização da IA em processos de treinamento; o CEO da SciCrop, José Damico, apresentou aplicações consolidadas no agronegócio; e o representante do SENAI, Carlos Augusto Roque, trouxe a perspectiva da indústria sobre o uso de algoritmos para automação e eficiência operacional.
Encerrando o primeiro dia, a discussão sobre infraestrutura destacou os gargalos que limitam a expansão da IA no Brasil. A mesa foi moderada pelo tecnologista do CTI Renato Archer, Anderson Duarte, e reuniu o especialista da Planem Engenharia, Anderson Rozendo, que apresentou requisitos e desafios de data centers; e o presidente do Instituto da Transformação Digital, Paulo Kendzerski, que contextualizou o ecossistema necessário para que o país avance em IA com escala e competitividade.
Agricultura regenerativa e cadeias sustentáveis
O segundo dia foi dedicado à agricultura regenerativa e às práticas que unem produtividade, conservação ambiental e respostas às mudanças climáticas. A abertura teve moderação e apresentação do assessor da Fundepag, Fernando Naufal, que explicou os conceitos fundamentais da agricultura regenerativa e relacionou o tema à evolução do cenário climático global.
A mesa “Regenerar na prática” foi moderada pela assessora de Negócios e Inovação da Fundepag, Luciana Akissue Teixeira, e reuniu especialistas que trouxeram exemplos concretos de implementação. O assessor Técnico do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) João Mangabeira, destacou a descarbonização da agricultura por meio de manejo regenerativo; o representante da BrasilChar, Arthur Oliveira, explicou os benefícios do biochar na melhoria do solo; o pesquisador do Instituto Biológico, Fernando Berton Baldo, detalhou aplicações de insumos biológicos em sistemas regenerativos; e a diretora da AgriTierra, Angela Estrada, apresentou o Projeto Soja Sustentável na Amazônia, parceria com o Jacobs Futura Foundation (JFF), iniciado nos estados Acre, Pará e Roraima.
Seguindo o debate sobre sustentabilidade, a mesa “Seguindo a cadeia do Agro Sustentável”, moderada pelo líder de Desenvolvimento de Negócios e Inteligência de Mercado da Fundepag, Denys Biaggi, trouxe diferentes elos da cadeia produtiva. O executivo da Siemens, Daniel Cassimiro, discutiu rastreabilidade a partir de projeto-piloto; o consultor da TÜV, Guilherme Amado, tratou de certificações e critérios ambientais.
A mesa “Inovação e Sustentabilidade: Patentes Verdes” reuniu especialistas que apresentaram diferentes perspectivas sobre propriedade intelectual, pesquisa e desenvolvimento aplicados ao agronegócio. Mediado pela CEO da Alcance Innovation Consulting, Mabel Alvarado, o painel contou com a participação de Viviane Kunisawa, sócia da Daniel Law e líder dos Grupos de Contencioso de Patentes e Direito Regulatório para Life Science e Agronegócio; Cristina Schuch, gerente de P&D da Novecare LATAM na Syensqo; e Ana Bodemeier, gerente do Laboratório de Pesquisa Agro da Syensqo.
Por fim, a mesa "O Futuro do Agro: Visão Computacional na Prática” ampliou o debate sobre o uso de tecnologias avançadas no campo. A sessão contou com o gerente sênior de desenvolvimento de software do SiDi, Ariston Brandão de Carvalho, que apresentou aplicações reais de visão computacional para ganho de eficiência e tomada de decisão no agronegócio.
“A jornada terminou, mas as ideias, parcerias e caminhos construídos aqui seguem abrindo novas possibilidades para o futuro, não apenas no agro, mas em diversas áreas da inovação. A Fundepag tem força para unir a cadeia produtiva do país por meio de tecnologia e dados. O mundo já reconhece nossa capacidade de inovar, e o Brasil conta com inúmeras pesquisas promissoras em andamento. Ainda assim, precisamos apresentar essas tecnologias de forma mais clara e estratégica ao cenário global”, destacou o diretor-presidente da entidade.
Ambientes temáticos e conteúdos paralelos
As ativações paralelas do Congresso Raízes da Inovação reuniram iniciativas que destacaram tradição, tecnologia e sustentabilidade. A área Artesanais, promovida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, funcionou como vitrine de pequenos produtores paulistas e recebeu palestras sobre gastronomia, Reforma Tributária no agronegócio e temas ligados à cafeicultura. Em parceria com o SENAI-SP, o espaço Startups apresentou soluções inovadoras de empresas como Bioinfood, NM2, Urupê, O2F, Syncorp Tecnologia, PBF Nutrientes, Anti-algas, Getter, Lanx, Big Belt e RheaBiotech. Já a Estação Café conectou o público a produtores de cafés especiais, valorizando sabor, origem e práticas sustentáveis.


