Ter uma alimentação saudável e se sentir satisfeito com o corpo é um desafio para muitas pessoas. Esta relação em algumas situações pode trazer culpa e estresse. Mas você já pensou que pode existir um meio para melhorar a sua relação com a comida sem causar tantos impactos negativos? É o caso da nutrição comportamental, que leva em consideração não apenas a comida, mas todo o comportamento relacionado a ela. 

O Farol da Bahia entrevistou a nutricionista comportamental, Aline Di Credico para explicar tudo que precisamos saber sobre o assunto.
Confira:
 

Farol da Bahia: O que é a nutrição comportamental? E qual o objetivo?
Aline Di Credico: A Nutrição Comportamental (NC) surge a fim de promover uma real mudança no comportamento alimentar dos nossos pacientes, identificando os pensamentos disfuncionais, ensinando estratégias e soluções de problemas. Com isso essa abordagem impacta instruindo maneiras educativas ao paciente a ser seu próprio terapeuta, respeitando sempre as demandas individuais de cada indivíduo.

FB: Como funciona?
AC: A nutrição comportamental presa pelo ensinamento junto com o paciente de como ele pode melhorar a rotina alimentar dele e hábitos alimentares. Dessa maneira é criada uma aliança segura entre o paciente e nutricionista enfatizando as metas e ficando na identificação dos problemas, com participação ativa do paciente nessas metas.

FB: Qual a diferença para a nutrição clínica?  
AC: A NC é uma prática Clínica. Com a percepção das crenças disfuncionais, utiliza-se uma série de técnicas personalizadas a partir da necessidade demanda de cada pessoas. Entre elas temos: Comer intuitivo, Aconselhamento nutricional, estratégias de conchinha, teoria da comunicação, entrevista motivacional.

FB: Quem pode se beneficiar com a nutrição comportamental?
AC: Qualquer pessoa que queria reconstruir e encontrar o equilíbrio entre fome e saciedade. A mudança de comportamento e desconstruir o terrorismo alimentar (alimento bom ou ruim) deve chegar para todos.

FB: Como ocorre a perda de peso?
AC: Ao contrário da prática clínica tradicional na nutrição, não buscamos o peso ideal, temos como intuito que o indivíduo recupere a sua autonomia sobre forme e saciedade.

FB: Como o método pode melhorar a relação das pessoas com a alimentação?
AC: Para responder essa pergunta exemplificarei com o bebê, que sem nenhuma interferência (mídias sociais, pessoas com pensamentos disfuncionais) chega ao mundo com a capacidade de mostrar quando está com fome e quando está saciado. A medida que vamos crescendo e consumindo o que nos é imposto perdemos essa forma natural de suprir as nossas necessidades fisiológicas e passamos a consumir o que se é colocado como alimento bom ou ruim. Essa abordagem tenta resgatar a importância do equilíbrio, entre mente -> alimento -> saúde, trazendo um tratamento mais empático sem restrições, mostrando ao paciente essa relação cultural é fisiológica do alimento e a importância dela na nossa rotina. Lembrando que vamos ajudar esse indivíduo a ajustar os excessos alimentares e não restringir a alimentação.

Aline Di Credico é nutricionista comportamental, atende na Clínica Amor Psi (@clínicaamorpsi). Seu instagram: @nutrirdescomplica.