Com a chegada do inverno, é comum o surgimento de sintomas gripais, tosses e outras doenças respiratórias. No entanto, diante do contexto da pandemia, a preocupação se torna ainda maior, já que ambas doenças apresentam sintomas semelhantes e fazem surgir dúvidas em como tratar os casos.

Por causa da similaridade nas manifestações das doenças, a pneumologista Larissa Voss Sadigursky disse, em entrevista ao Farol da Bahia, que a recomendação é que os pacientes com quadros respiratórios crônicos façam tratamentos para evitar uma confusão diagnóstica e que realizem o exame PCR para impedir a transmissão da covid-19 para outras pessoas.

"Em qualquer sinal de que o paciente está tossindo, espirrando, com dor de garganta, com dor no corpo e com febre, tem que fazer [o exame PCR] [...] Isso pode sim ser covid e a pessoa, inadvertidamente, sair contaminando outras. Então tem que fazer o exame para poder comprovar se há ou não a infecção pelo Sars-Cov-2 [vírus do novo coronavírus]", explicou.

A pneumologista também informou que, independentemente do diagnóstico, seja gripe ou covid-19, o ideal é procurar atendimento médico em caso do agravamento dos sintomas, como febre intensa, náusea e vômitos.

“O ideal, em casos de sintomas leves, seja de gripe, seja de covid, é que esses pacientes fiquem tratando em domicílio. Obviamente, a gente sabe que a covid não é uma doença para aguardar o pior acontecer para procurar atendimento médico. Então, se o paciente estiver com quadro de febre muito intensa, prostração, diarreia intensa, muita falta de apetite, náuseas, vômitos… Tudo são os sinais de que o paciente pode estar evoluindo para uma forma mais grave e necessitando de um atendimento médico”, conta a especialista.

Uma outra questão preocupante é a baixa adesão na vacinação contra a gripe (Influenza), que já está na terceira e última fase e, segundo dados da Secretaria da Saúde de Salvador, apenas 36% do público alvo foi imunizado nas etapas anteriores, que englobam crianças entre 6 meses e menores de 6 anos, idosos com mais de 60 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde e professores.

A pneumologista destaca que a vacinação contra a Influenza é importante para evitar a evolução dos sintomas gripais para casos graves e o aumento das internações nos hospitais, que atualmente vivem sob tensão por causa da hospitalização de pacientes com a covid-19.

"Um paciente já tendo sido vacinado para a Influenza, evita a evolução para casos graves da doença. Evita a saturação do sistema de saúde, que já está saturado com pacientes com covid. É fundamental que os pacientes que fazem parte do grupo de risco e aqueles com idade superior a 60 anos sejam vacinados [...] Lembrando que o tempo ideal da vacinação da covid e a vacinação da Influenza é de 14 dias". 

Vacinação contra a Influenza segue até 9 de julho

A terceira e última etapa da campanha de vacinação contra a Influenza vai até o dia 9 de julho e engloba as pessoas com comorbidades, condições clínicas especiais, deficiência permanente, integrantes das Forças Armadas, de segurança e de Salvamento, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo rodoviários, trabalhadores portuários, funcionários do sistema de privação de liberdade, população privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas.

Em Salvador, o atendimento é feito de segunda a sexta, das 8h às 16h, em 107 postos de saúde da capital baiana, além do drive-thru montado no Shopping Barra, exclusivo para  idosos, pessoas com deficiência e portadores de comorbidades. 

As unidades de vacinação estão distribuídas pelas seguintes regiões: Barra/Rio Vermelho (5), Boca do Rio (5), Brotas (4), Cabula/Beirú (12), Cajazeiras (6), Centro Histórico (6), Itapagipe (3), Itapuã (12), Liberdade (5), Pau da Lima (12), São Caetano/Valéria (17), Subúrbio Ferroviário (19). Clique aqui e confira a relação completa.