Conta de luz no Brasil sobe mais que o dobro da inflação
Desde 2015, a tarifa acumula alta de 114% ante os 48% da inflação no mesmo período

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Com a oscilação de 21,21% na energia elétrica em 2021, a contade luz representou 10,56% da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), o que representa uma alta de 114% desde 2015, segundo a Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel).
Maior que o dobro da inflação, a conta de luz aumentou 137% a mais que a inflação, que foi de 48% no mesmo período.
O aumento nos últimos anos resulta do crescimento de encargos e subsídios (desconto a um setor ou um grupo, com custo dividido com os demais), da necessidade de usar termoelétricas, que geram energia mais cara, e do modelo de contratação de energia.
De acordo com o vice-presidente de energia da Abraceel, Alexandre Lopes, em momentos de falta de chuva, como em 2021, o custo tende a aumentar, principalmente, para os consumidores residenciais. O impacto para os que atuam no mercado livre, em que a energia é negociada diretamente com as geradoras, é menor. Nos últimos sete anos, os preços nesse ambiente oscilaram 25% abaixo da inflação.
"Temos custos de 2021 ainda não repassados para as tarifas. Então, devemos ter um aumento acima da inflação em 2022. Quando o novo empréstimo ao setor elétrico começar a ser pago, impactará ainda mais as tarifas. Então, parte desses custos da crise será neste ano, e outras parcelas, nos próximos anos", afirmou Lopes.