Contato com água de praia contaminada traz risco à saúde
Especialista explica o porquê da necessidade de cumprir as recomendações

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Semanalmente, órgãos ambientais divulgam boletins sobre a qualidade das praias brasileiras. O Instituto do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos (Inema), por exemplo, divulgou recentemente que 17 praias de Salvador estão inapropriadas para banho sob a justificativa de que há muitas bactérias na água. As classificações, próprias ou impróprias, têm o objetivo de alertar os banhistas sobre os riscos que o contato com águas contaminadas pode trazer à saúde.
No entanto, apesar do fácil acesso, a informação costuma não ser levada a sério por muitos banhistas que, na maioria das vezes, descumprem as recomendações. Pensando nisso e com o objetivo de alertar e conscientizar a população, o Farol da Bahia conversou com a bioquímica especialista em micologia do Sabin Medicina Diagnóstica, Maria das Graças Simões. Segundo ela, o principal risco que o banhista pode correr é, “de fato”, contrair doenças.
“As consequências do contato com a água podem ir desde infecções nos olhos, ouvidos, nariz e pele, e até doenças mais graves como gastroenterites e hepatite A e mais raramente, a febre tifóide. Portanto, frequentar praias com água poluída ou areia contaminada oferece uma série de riscos para a saúde. Pode ter certas bactérias, vírus, protozoários ou parasitos perigosos presentes” afirmou.
A especialista disse ainda que, em caso de contaminação, os sintomas podem aparecer até dois dias após o contato com a água imprópria. Nesse caso, a os sintomas mais comuns são os da gastroenterite, “uma inflamação do trato gastrointestinal que afeta o estômago e o intestino e ocorre em várias formas que podem ter um ou mais sintomas, como náusea, vômito, dor de estômago, diarréia, dor de cabeça ou febre”.
A depender da gravidade, o tratamento pode requerer até o uso de antibióticos. Crianças, idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido são mais suscetíveis à gastroenterite. Devido à gravidade das consequências de entrar em contato com águas contaminadas, a bioquímica afirma que é importante que as pessoas prestem atenção aos avisos indicativos de que a praia está imprópria para banho. Segundo ela, antes de ir à praia as pessoas precisam tomar alguns cuidados como, por exemplo, “evitar entrar na água nas 24 horas subsequentes a uma chuva forte e prolongada”.
Além disso, a Dra. Maria das Graças afirma que é importante evitar praias onde existe lançamento de esgoto. Ela explica ainda que as praias são classificadas em relação à balneabilidade em duas categorias: própria e imprópria. “Essa classificação é feita de acordo com as densidades de bactérias fecais resultantes de análises feitas em cinco semanas consecutivas. Além disso, é usado uma tabela que indica os limites de densidade de bactérias na água. A classificação da praia como imprópria, indica um comprometimento na qualidade sanitária das águas, implicando em aumento no risco de contaminação do banhista”, concluiu.
Para consultar: a lista de praias impróprias para banho pode ser conferida no site do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).


