Contracheque: entenda a importância de guardá-lo e o que ele revela
Saber interpretar o contracheque é essencial para ter controle sobre o próprio dinheiro e garantir que seus direitos estão sendo cumpridos

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O contracheque, também chamado de holerite, é a representação do salário. Ele mostra quanto o funcionário ganha e para onde vai o dinheiro.
Ele detalha os valores pagos e descontados do salário de um trabalhador de carteira assinada. O salário integral, adicionais e benefícios, e os descontos como INSS e Imposto de Renda.
No entanto, o documento ainda é um mistério pra muitas pessoas, contendo siglas e muitos números. É comum que quem recebe olhe diretamente para o valor líquido, sem entender o cálculo feito.
Saber interpretar o contracheque é essencial para ter controle sobre o próprio dinheiro e garantir que seus direitos estão sendo cumpridos.
Erros no documento acontecem frequentemente: descontos de INSS fora do padrão, horas extras que não constam no holerite e siglas confusas.
Guardar os holerites, inclusive de empregos antigos também é um hábito importante, pois servem como prova em ações trabalhistas, comprovação de renda, pedidos de empréstimo e de aposentadoria, financiamentos e na declaração do Imposto de Renda.
Há descontos obrigatórios e facultativos: os obrigatórios incluem a contribuição previdenciária pelo INSS, Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), pensão alimentícia em caso de determinação judicial e faltas injustificadas.
Já no lado dos facultativos, estão o vale-transporte, vale-refeição, plano odontológico e de saúde, contribuição sindical ou assistencial e empréstimos consignados. Qualquer desconto sem previsão legal ou sem autorização do trabalhador é ilegal.
Para conferir se os descontos estão corretos, o trabalhador deve conferir as tabelas oficiais atualizadas pela Receita Federal e pelo INSS. O cálculo varia conforme o valor do salário e descontos aplicáveis.
Valores também podem ser acrescentados ao salário: os chamados proventos incluem horas extras, adicional noturno, insalubridade, periculosidade, comissões e gratificações. Eles aparecem no documento como acréscimos e variam conforme as condições de trabalho.
Obrigatoriamente, o documento deve conter o nome do empregado e da empresa, o mês de referência, salário base, os proventos (acréscimos), descontos, base de cálculo dos impostos, valor líquido a receber e informações sobre o FGTS.
Além disso, o contracheque inclui algumas siglas que confundem o trabalhador. Conhecê-las contribui para a identificação de erros. Entenda algumas:
SB: Salário bruto
SL: Salário líquido
INSS: Contribuição previdenciária
IRRF: Imposto de Renda Retido na Fonte
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
VT: Vale-transporte
VR: Vale-refeição
HE: Hora extra
DSR: Descanso semanal remunerado
Adc. Not.: Adicional noturno
Caso note algum erro, o trabalhador deve registrar a ocorrência e buscar o RH por escrito, solicitando correção. Caso o erro não seja corrigido, ele deve procurar o sindicato da profissão ou o Ministério do Trabalho. Para reclamações judiciais, o prazo é de cinco anos. Por isso é importante manter os documentos.
Escanear ou fotografar os contracheques e guardá-los em nuvem ou pasta física são maneiras de manter o documento


