Coordenador da Operação Greenfield deixa força-tarefa e critica PGR
Procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes critica desmote de estrutura

Foto: João Américo/PGR
O coordenador da Operação Greenfield, procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, anunciou nesta sexta-feira (4), por meio de uma carta aberta, que vai deixar a força-tarefa. A operação, deflagrada em setembro de 2016, apura desvios nos maiores fundos de pensão, como no Funcef, Petros, Previ, FGTS e na Caixa Econômica Federal.
No texto, o procurador disse que a atuação da força-tarefa foi prejudicada pela determinação da Procuradoria-Geral da República (PGR) de não manter outros procuradores do grupo na condição de membros exclusivos. De acordo com ele, é "possível que um só procurador da República se dedique com exclusividade a esse complexo investigativo". Desde julho, apenas ele atuaria em exclusividade no caso. Agora, o novo coordenador será Cláudio Drewes, que deve assumir a partir de 8 de setembro.
Desde de quando foi deflagrada, em 2016, as investigações da força-tarefa Greenfield já atingiu políticos como Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha, o ex-presidente Michel Temer e até o ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com o relatório de atividades apresentado pela força-tarefa, o grupo é responsável por 48 ações penais e 27 ações de improbidade, nas quais 169 pessoas e 26 empresas foram denunciadas.
Ainda segundo os procuradores, foram firmados acordos de colaboração e recuperação para pagamento de R$ 11,8 bilhões. Porém, eles apontam que 24 casos envolvendo 435 investigados e quase R$ 3 trilhões ainda precisam ser analisados pela força-tarefa. No plano de ação da operação constam 188 metas a serem cumpridas. Com isso, os procuradores solicitaram a prorrogação dos trabalhos da força-tarefa até dezembro deste ano, mas a Procuradoria-Geral da República autorizou a extensão do prazo mantendo apenas um procurador em dedicação exclusiva. A estimativa do grupo é de que os trabalhos só sejam concluídos, com a equipe atual, em setembro de 2042.