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Trabalhadores que atuam em obras da COP30 aderiram à greve, diz sindicato da categoria

Operários da construção civil aprovaram a continuidade da paralisação por tempo indeterminado nesta terça-feira (16)

Por FolhaPress
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Trabalhadores que atuam em obras da COP30 aderiram à greve, diz sindicato da categoria

Foto: EBC

Trabalhadores da construção civil realizaram o primeiro dia de greve em Belém, na terça-feira (16). A paralisação já havia sido anunciada, no dia anterior, após centenas de operários participarem de manifestações nas ruas da região central da capital paraense.

Segundo o sindicato da categoria, profissionais que atuam nas obras do Parque da Cidade aderiram ao movimento.

O local será a sede das principais reuniões da COP30, que ocorre em novembro, na cidade. Ainda de acordo com o sindicato, trabalhadores de outras obras relativas a cúpula climática também aderiram à greve.

"Após um dia de forte mobilização, os trabalhadores votaram: a greve continua por tempo indeterminado, até que a patronal e os governos aceitem negociar de verdade", diz o sindicato da categoria.

A entidade afirma que uma das empresas da construção civil aceitou todas as reivindicações dos trabalhadores o que, segundo o sindicato, indicaria que as outras empresas também têm condições financeiras de aceitar.

A paralisação pode afetar diretamente as obras para a construção de hotéis e imóveis para a COP30, a cúpula sobre mudanças climáticas da Nações Unidas, que acontece em menos de dois meses na cidade.

O Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção) do Pará publicou uma nota nas redes sociais, nesta terça. O representante patronal afirma que já apresentou uma proposta referente as negociações coletivas.

"Caso haja paralisação, o Sinduscon-PA ressalta que recorrerá aos instrumentos previstos em lei para resguardar a regularidade das atividades".

A manifestação foi acompanhada de perto por agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar do estado, tanto na segunda como na terça-feira.

Integrantes do sindicato dos trabalhadores estiveram nas obras de infraestrutura para a COP30, interditando os espaços e convidando os trabalhadores a aderirem ao movimento, que faz parte da data base da categoria.

"A adesão nos principais canteiros de obras da capital expõe a insatisfação dos trabalhadores com a proposta patronal, considerada insuficiente diante das necessidades da categoria", disse também em nota o sindicato dos trabalhadores.

Os operários pedem reajuste 9,5% no piso salarial, aumento de 30% na PLR (Participação de Lucros e Resultados) e o reajuste do valor da cesta básica, de R$ 110 para R$ 270. A proposta patronal é de reajuste de 5,5% nos salários, 3% na PLR e acréscimo de R$ 10 na cesta básica.

A paralisação envolve trabalhadores de Belém e dos municípios de Ananindeua e Marituba, na região metropolitana. Só na capital, são oito mil operários que atuam diretamente em obras relacionadas à COP30.

"Na última negociação, na semana passada, eles nem compareceram, só enviaram a mesma proposta por e-mail. Viemos aqui negociar, mas eles nos ignoraram e decidimos deflagrar a greve por tempo indeterminado a partir de amanhã", diz o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, Aurinor Gama.

"São obras de grandes hotéis, como o Vila Galé, no Porto Futuro 2, Tivoli e muitos outros, assim como imóveis que estão sendo construídos para a COP30, que estarão completamente paradas a partir de amanhã. Querem a cidade bonita e não dão dignidade aos trabalhadores", ressalta o sindicalista.

Ainda segundo o coordenador geral do sindicato, a paralisação deve afetar indiretamente algumas obras públicas, pois os trabalhadores que atuam nelas são de outro sindicato. "Chamamos para aderir, mesmo que sejam de data base diferente. Nossa expectativa é que uma parcela participe".

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