Cortesia com chapéu alheio

Por Editorial
Ás

Cortesia com chapéu alheio

Foto: Marcelo Camargo

A taxa Selic, hoje, está no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986, com corte de 0,5 ponto percentual. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), com o intuito de avançar as reformas estruturais da economia brasileira, levando em conta o esforço da equipe econômica do governo Bolsonaro e a aprovação da Reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara surpreendeu, inclusive, analistas financeiros, que esperavam corte menor – de 0,25 ponto.

A dinâmica, que demandou o trabalho de muitas mãos, deve ser comemorada por todos, mas é deselegante, mesquinho e um tanto vil fazer autopromoção em cima deste anúncio como se fosse o principal responsável pelo feito, assim como o fez o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Uma equivocada e tacanha cortesia com chapéu alheio, merecidamente criticada e desmascarada por quem teve o desprazer de ler a vergonhosa auto-vangloiação de deemista pelo Twitter.

“Taxa Selic cai para 6%, uma queda de 50 pontos-base. É a menor taxa da história! Reflexo da votação da reforma da previdência. Parabéns aos deputados, deputadas e ao povo brasileiro”, é a mensagem – na íntegra – de Maia, que parece querer se posicionar nas redes sociais como um exímio pré-candidato à presidência da República daqui três anos. Um comentário que, ainda, reduz de forma grotesca o trabalho do Banco Central e do governo a sequer coadjuvantes, enquanto os louros vão todos para a Câmara onde imagina reinar.

O momento, caro Maia, não é de dividir o Legislativo do Executivo. Vale lembrar que o próprio demonstrou habilidade pífia para organizar a Casa na votação da Reforma da Previdência. Foram altos e baixos, rixas expostas na mídia, farpas com o presidente, comentários infelizes e mimados, entre outras intempéries. Por certo, pensará bem antes de tuitar politicagem barata e falsa depois dessa repercussão negativa, ou melhor, vigilante contra barbaridades.

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