Covid-19: adolescentes comemoram 1ª dose da vacina em Salvador
Especialistas defendem a vacinação de jovens de 12 a 17 anos

Foto: Getty Images
Os adolescentes estão tendo muitas dificuldades durante a pandemia. Após um longo período de isolamento social que desencadeou, segundo especialistas, problemas relacionados à saúde mental, a retomada das atividades também vem preocupando as pessoas mais jovens do Brasil que, em sua maioria, ainda não estão vacinadas. Atualmente, há um grande debate acerca da vacinação dos adolescentes no País. Especialistas, no entanto, afirmam que a vacinação desta faixa etária é essencial e traz esperança de dias melhores.
Embora criticados pelo Ministério da Saúde, estados e municípios, em sua maioria, já iniciaram a vacinação de adolescentes contra o novo coronavírus. Salvador, por exemplo, disponibilizou a vacina para pessoas com 12 anos na última quarta-feira (22), após registrar dois milhões de vacinados com a primeira dose. Nos postos da capital baiana, os sentimentos de alívio e esperança predominam.
“Eu estou muito feliz em poder tomar a vacina. Finalmente estarei imunizado, sei que o risco de contaminação é reduzido e isso certamente é uma preocupação a menos para minha família”, disse o estudante Felipe Xavier, de 12 anos.
Para ter acesso ao imunizante, o adolescente habilitado precisa comparecer ao posto de saúde acompanhado pelo responsável. Ao lado de Felipe, a aposentada Maria dos Santos, 71 anos, destacou a tranquilidade de saber que o neto recebeu a primeira dose do imunizante. “Vim trazer meu neto para ser vacinado porque sei que a imunização é a única forma de sairmos desse ciclo de destruição da covid. Ver ele protegido enche meu coração de alegria, sei que essa doença não é brincadeira. Já perdemos muita gente, então não podemos negligenciar”, alertou.
Ao acompanhar a filha Gabriele, de 12 anos, a autônoma Marluce Silva, de 39 anos, falou sobre a importância da vacinação entre os adolescentes. “É difícil segurar eles em casa. É um alívio e um momento de muita esperança ver minha filha vacinada. Com a imunização avançada, consigo enxergar a possibilidade da retomada da normalidade. Finalmente, vamos dar continuidade às nossas vidas”, afirmou.
Os jovens estavam ansiosos para se vacinar e alguns, mesmo com medo de agulha, destacaram a importância de enfrentar os medos por um bem maior: a prevenção contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. "Desde o início da pandemia eu estava muito ansiosa para chegar a minha vez, e agora estou muito feliz. Com a vacinação, vamos nos livrar dessa doença”, disse Gabriele.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 164.987 jovens de 12 a 17 anos estão cadastrados para a vacinação na capital baiana. A pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, defendeu nesta semana, em audiência na Câmara, a vacinação de todos os adolescentes de 12 a 17 anos. “Nós sabemos que essa faixa etária é responsável por grande mobilidade social e por carregar uma carga viral muito grande para familiares, colegas e sociedade. Portanto, acho que é uma decisão sobre a qual não cabe mais discussão: cabe colocar doses em disponibilidade suficiente para que nós protejamos todos os nossos adolescentes”, disse.
Maria Clara, de 17 anos, contou que perdeu o avô, de 70 anos, para a Covid-19. Para ela, receber a vacina é um ato de valorizar a vida. “A pandemia tem me deixado muitas marcas. Eu estou muito feliz por ter recebido a primeira dose do imunizante e já estou ansiosa para receber a segunda. Tudo isso é por mim, pelo meu avô e por todas as pessoas que morreram sem ter oportunidade de se vacinar. A vacina é um ato de amor”, disse.
Para ela, é importante que as autoridades compreendam que a vacinação tem que ser para todos. “Só vamos conseguir combater essa doença com responsabilidade e vacina. Todo mundo precisa receber a vacina. Aqueles que, por opção, não querem se vacinar, precisam pensar que a vacinação é um ato de valorizar a vida”, concluiu.


