Covid-19: número de pacientes com até 55 anos aumenta e prejudica rotatividade de leitos de UTI
Médica explica que pacientes são mais resistentes aos medicamentos

Foto: Reprodução/ Agência Brasil
O Brasil vive a situação mais grave desde o começo da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em 2020, com os números alarmantes na ocupação de leitos de UTI [unidade de terapia intensiva] em diversas regiões do país. O registro de internações de pacientes com até 55 anos quase dobrou nos últimos dois meses, segundo a presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), Suzana Lobo.
"Não foi realizada uma pesquisa, mas o que observamos é que vem aumentando o número de jovens [internados por conta da covid-19], e médicos do Brasil relatam esse aumento", conta ao explicar que esses doentes têm a tendência de ficarem mais tempo internados que os idosos, o que diminui a rotatividade de vagas nas UTIs.
Para Suzana, a resistência desses tipos de pacientes a medicamentos é um dos fatores deles ficarem mais tempo. “Esses pacientes têm uma tendência de serem mais tolerantes a medicamentos e têm menos chance de mortalidade, uma vez que as disfunções orgânicas tendem a ser menor. A probabilidade de cura das pessoas até 55 anos é grande, já que eles vão melhorando com o tempo e os tratamentos”, explica.
"O número de internações é muito variável, visto que a rotatividade em UTI é alta. Verificamos, nessa segunda onda da pandemia, uma porcentagem expressiva e preocupante de pessoas mais jovens e de pacientes graves. Dependendo de outras comorbidades, as chances de permanência e o risco de óbito crescem", opina a coordenadora de UTI da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Viviane Cordeiro.


