CPI do INSS pede prisão de Nelson Wilians e aprova quebra de sigilo

Endereços ligados a Wilians foram alvo de operação de busca da Polícia Federal

Por FolhaPress
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CPI do INSS pede prisão de Nelson Wilians e aprova quebra de sigilo

Foto: Reprodução/TV Senado

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito do INSS) aprovou nesta quinta-feira (25) a quebra de sigilo bancário e fiscal do advogado Nelson Wilians. Também solicitou ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) um relatório sobre transações financeiras de Wilians. Além disso, pediu a prisão preventiva do advogado o que não quer necessariamente dizer que ele será preso.

Endereços ligados a Wilians foram alvo de operação de busca da Polícia Federal, na mesma ação em que o principal acusado do esquema de descontos ilegais em aposentadorias, Antonio Carlos Camilo, foi preso. Foram apreendidas, por exemplo, esculturas e obras de arte, incluindo um quadro de Di Cavalcanti.

Além disso, a Polícia Federal listou transações consideradas atípicas de uma série de pessoas durante as investigações da operação Sem Desconto, marco inicial do escândalo dos desvios no INSS.

Os dados incluem movimentações de R$ 4,6 bilhões do escritório de advocacia e de uma empresa de investimentos de Nelson Wilians, feitas de julho de 2019 ao mesmo mês de 2024. São computadas tanto entradas quanto saídas de dinheiro.

O advogado depôs à CPI na semana passada e negou irregularidades. "Não tenho qualquer participação na chamada fraude do INSS. Nenhuma", disse ele. No início da reunião, ele não quis se comprometer a dizer a verdade no colegiado –depois, com a oitiva em andamento, disse que todas as suas declarações são verdadeiras.

No depoimento, Wilians não mencionou diretamente, em sua primeira fala, o relatório que aponta os R$ 4,6 bilhões em transações, mas dedicou parte de suas considerações iniciais a mostrar a própria riqueza e dizer que ela foi conquistada honestamente.

"O escritório tem mais de mil advogados, cerca de 3.000 pessoas na nossa operação, filiais em todas as capitais, a matriz em São Paulo, aproximadamente 20 mil clientes, pessoas jurídicas. Essa é a estrutura que este que está aqui na frente de vocês construiu", disse ele.

"No ápice do nosso escritório, quando nós advogávamos em juizado especial de pequenas causas em grande escala, chegamos a recolher R$ 2 milhões por dia de custas processuais", declarou.

O advogado se recusou a responder a parte das perguntas feitas por deputados e senadores, o que irritou diversos integrantes da CPI. Congressistas de esquerda, principalmente, passaram a defender a prisão preventiva do advogado.

Essa não é a primeira vez que a CPI do INSS aprova um pedido de prisão preventiva. Em 10 de setembro, o colegiado aprovou 21 dessas solicitações. Prender ou não os alvos dos requerimentos depende de decisão judicial e a comissão de inquérito apenas sugere.

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