CPI: Mayra nega influência de Bolsonaro para uso de cloroquina
Médica é questionada sobre tratamento precoce em Manaus

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Conhecida como "Capitã da Cloroquina", Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, negou nesta terça-feira (25) em depoimento na CPI da Covid-19 que tenha recebido recomendações do presidente Jair Bolsonaro para prescrever a cloroquina como tratamento precoce da Covid-19.
"Os médicos têm autonomia para usar todos os recursos que não causem malefícios e que causem benefícios. Nunca recebi ordem e o uso desses medicamentos não é minha iniciativa pessoal. (...)Nós estabelecemos doses seguras para que médicos brasileiros pudessem utilizar esses medicamentos com o consentimento dos seus pacientes", disse.
O senador Renan Calheiros perguntou para a secretária porque o governo brasileiro insistiu em apoiar o uso do medicamento apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter interrompido em junho de 2020 os testes com o medicamento.
Ela afirmou que, embora o país seja signatário da OMS e da Organização das Nações Unidas (ONU), não é obrigado a seguir suas recomendações. "[O Brasil] tem órgãos independentes para tomada de decisões de acordo com situações locais", apontou.
"A OMS retirou a orientação desses medicamentos para tratamento da Covid baseado em estudos com qualidade metodológica questionável, com uso da medicação na fase tardia da doença onde todos nós já sabemos que não há benefício para os pacientes", completou.
Mayra disse ainda que se o Brasil tivesse seguido todas as orientações da OMS teria falhado como o órgão.
"Eles inclusive declararam emergência global tardiamente e provavelmente por isso contaminamos boa parte do mundo (...) Posteriormente, a OMS também determinou que não era necessário o uso de máscaras. Foi necessário que seis meses depois um grupo de cientistas fizesse uma carta dizendo que ela precisaria considerar a transmissão por aerossóis".


