CPI: senadores afirmam que Luiz Dominguetti é uma ‘testemunha plantada’
Em depoimento, militar fala sobre compra de vacinas compra a Covid-19

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Durante sessão na CPI da Pandemia nesta quinta-feira (1), os senadores acusaram o policial militar Luiz Dominguetti de ser uma "testemunha plantada" e duvidaram do áudio que ele mostrou, em depoimento, como sendo pretensamente do deputado Luis Miranda (DEM-DF) intermediando compra de vacina contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O militar, que se diz representante no Brasil da empresa Davati, entrou na mira da CPI depois de ter dito ao jornal ‘Folha de S.Paulo' que, ao ofertar doses da vacina AstraZeneca para o Ministério da Saúde, recebeu pedido de propina. Ele acusa o ex-diretor de Logística Roberto Dias.
Na CPI, Dominguetti disse que a Davati recebeu contato de Luis Miranda querendo intermediar a compra de vacinas. Segundo ele, o áudio mostra uma fala de Miranda com o CEO da Davati no Brasil, identificado por Dominguetti como Cristiano. Ainda de acordo com Dominguetti, Cristiano lhe enviou o áudio no dia em que Miranda esteve na CPI "depondo contra o presidente". No áudio mostrado pelo representante da Davati, a pessoa que ele diz ser Miranda não menciona a palavra "vacina".
O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, saiu do plenário da comissão e se reuniu por uns minutos com outros senadores da CPI e com o deputado Luis Miranda. De acordo com Aziz, o áudio mostrado é de 2020 e não trata da compra de vacinas. "O que ele diz é que esse áudio é de 2020, que é uma negociação nos Estados Unidos, não tem nada a ver com o Brasil. É um áudio que nem se falava em vacinas ainda e que está editado aqui para prejudicá-lo. Ele foi agora à polícia levar o áudio completo, fazer denúncia crime e que irá dispor para gente a edição do áudio", afirmou Aziz.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) levantou, na comissão, a suspeita de que Dominguetti tenha sido "plantado" para confundir os trabalhos. Na semana passada, o deputado Luis Miranda disse à CPI, em depoimento, que alertou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. O depoimento de Miranda foi considerado negativo para o Palácio do Planalto porque mostra que o presidente foi avisado de eventuais suspeitas e ainda assim o contrato se manteve.


