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Crise do metanol completa um mês sem conclusão da polícia sobre adulteração

Até o momento, 58 casos foram confirmados - e outros 50 estão em investigação

Por FolhaPress
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Crise do metanol completa um mês sem conclusão da polícia sobre adulteração

Foto: UFPR/Divulgação

A crise do metanol completa um mês, nesta segunda-feira (26), sem uma conclusão da polícia sobre o que, afinal, está por trás da adulteração de bebidas alcoólicas com a substância. Enquanto isso, o número de mortes por intoxicação continua a subir.

Na semana passada, foram mais cinco: duas em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, duas no Paraná -em Curitiba e Almirante Tamandaré- e outra em Salgueiro, no interior de Pernambuco. Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que, ao todo no Brasil já são 15 mortes, sendo nove em São Paulo, três em Pernambuco e três no Paraná.

Até o momento, 58 casos foram confirmados - e outros 50 estão em investigação. O estado de São Paulo continua com o maior número de notificações, com 44 casos confirmados e 14 em investigação. Além de São Paulo, cinco casos foram confirmados em Pernambuco, seis no Paraná, um no Rio Grande do Sul, um em Mato Grosso e um em Tocantins.

Em nota à reportagem, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo diz que as apurações ainda estão em andamento e destaca uma operação deflagrada há duas semanas. Na ocasião, a Polícia Civil identificou dois postos de combustíveis -um em São Bernardo do Campo e outro em Santo André- suspeitos de fornecer etanol adulterado com metanol a uma fábrica de bebidas clandestina.

Os dois postos foram alvo de uma ação de fiscalização, e a responsável pela fábrica foi presa, afirma a nota. A venda do etanol contido na bombona de postos de combustíveis é ilegal. Em entrevista coletiva realizada depois da operação, o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, disse que a hipótese dos investigadores considerou a fábrica como a distribuidora das bebidas contaminadas para a maioria dos estabelecimentos que serviu metanol.

Na época, o delegado disse ainda não ter encontrado indícios de envolvimento de facções criminosas, como o PCC, no caso. Se existir envolvimento, afirmou Dian, seria "da bomba para trás". "Aí a gente fala que é da bomba para trás, né? Mas da bomba para frente a gente não tem essa constatação", disse ele, ressaltando o empenho da polícia em tentar descobrir se os donos dos bares e das distribuidoras sabiam que compravam bebidas adulteradas.

Na capital paulista, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo afirma que quatro estabelecimentos permanecem interditados, nos bairros Cidade Dutra, Mooca, Sacomã e Ermelino Matarazzo. Há ainda o bar Ministrão, no Jardim Paulista, que reabriu, mas está proibido de vender destilados.

Segundo a pasta, a capital paulista registrou 22 casos de intoxicação por metanol -quatro em Cidade Dutra, dois em Sacomã, dois no Itaim Bibi e dois no Jardim São Luís. Houve também, nos seguintes bairros, um caso confirmado: Campo Grande, Consolação, Vila Mariana, Vila Formosa, Jabaquara, Grajaú, Tatuapé, Parelheiros, Butantã, Vila Andrade, Capão Redondo e Vila Sônia. São quatro mortes ao todo em São Paulo: duas na região da Mooca, uma em Sacomã e outra em Cidade Dutra.

O metanol é um produto químico industrial, com aparência e gosto de álcool, encontrado em fluidos anticongelantes e em limpadores de para-brisa. Por isso, quem a ingere nem costuma perceber ter bebido um líquido tóxico, que pode levar à cegueira, ao coma e à morte. Os órgãos de saúde recomendam evitar o consumo de bebida destilada que não saiba a procedência.

O paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico imediato, realizar exames laboratoriais e procurar obter uma avaliação oftalmológica. Os sintomas de intoxicação por metanol podem estar associados a dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. O socorro em até seis horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento.

O Brasil já recebeu um lote com 2.500 ampolas de fomepizol, um antídoto para o tratamento de intoxicações por metanol. O medicamento, que não estava disponível no país, foi adquirido pelo Ministério da Saúde em meio ao aumento de casos e mortes. O Ministério da Saúde afirma que o SUS está abastecido de etanol farmacêutico, produto que também passou a ser utilizado nos tratamentos.

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