Crise fiscal e incerteza econômica redefinem o consumo na América Latina!

Aos detalhes....

Por Michel Telles
Ás

Crise fiscal e incerteza econômica redefinem o consumo na América Latina!

Foto: Div

América Latina enfrenta uma verdadeira bomba-relógio fiscal em 2025. O endividamento excessivo, a arrecadação tributária ineficiente e os padrões de gasto público desalinhados com a realidade econômica ameaçam comprometer a sustentabilidade financeira de diversos países. Esse desequilíbrio impacta diretamente a capacidade de investimento dos governos e pressiona as políticas sociais e econômicas, ampliando as tensões entre os interesses políticos e as exigências do mercado.

Em paralelo, dados da terceira edição do estudo Pressure Groups Latam, da Worldpanel, revelam como a incerteza econômica tem moldado o comportamento de consumo da população. O levantamento, que ouviu quase 15 mil pessoas em oito mercados, aponta uma leve melhora no bem-estar financeiro dos latino-americanos em 2025, ainda que com diferenças significativas entre os países.

A pesquisa classifica os consumidores em três perfis: os Comfortable, que conseguem comprar tudo ou quase tudo o que desejam; os Managing, que precisam controlar os gastos; e os Struggling, que vivem no limite financeiro. Neste ano, os Comfortable passaram de 25% para 27% da população na região. Já os Struggling recuaram de 29% para 27%, enquanto os Managing continuam sendo o grupo majoritário, com 46%.

No México, Chile e Brasil, os Comfortable superaram os Struggling. O México liderou essa recuperação (de 25% para 32%), seguido pelo Chile (de 33% para 36%) e pelo Brasil, que se manteve estável em 30%. Em contrapartida, na Argentina, na América Central e no Peru, embora haja avanço entre os Comfortable, os Struggling ainda são maioria. Já na Bolívia, na Colômbia e no Equador, observou-se aumento da população em situação de maior vulnerabilidade. Na Colômbia, por exemplo, os Struggling subiram de 28% para 34%.

Segundo Kesley Gomes, PanelVoice Director da Worldpanel, o cenário financeiro influencia diretamente os hábitos de compra. “Embora a região apresente sinais de recuperação, com melhora no bem-estar financeiro de parte da população, nos países sob maior pressão econômica predomina a estratégia de contenção. Já em mercados com maior conforto financeiro, é mais comum encontrar consumidores ativos, em busca de promoções e oportunidades. Entender essas nuances é essencial para a indústria de bens de consumo se conectar de forma efetiva com os consumidores da América Latina”, afirma.

Com desafios fiscais crescentes, instabilidade política e impactos sociais cada vez mais intensos, o ano de 2025 exige atenção redobrada de governos, empresas e investidores para compreender e reagir às rápidas transformações no comportamento da população latino-americana.

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