Crise nos planos de saúde se estende e continua afetando consumidor em 2023
Setor acumula prejuízos bilionários com aumento da demanda pós-pandemia

Foto: Agência Brasil
Devido aos prejuízos causados pela pandemia, as operadoras de planos de saúde passam por uma crise financeira que tem refletido no bolso dos consumidores. Na semana passada, a operadora Hapvida, uma das maiores do país, divulgou balanço com prejuízo líquido de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 200 milhões alcançado no mesmo período, em 2021. A informação é do portal R7.
O resultado impactou diretamente as ações da companhia, que despencaram 37% em um único dia, o que corresponde a uma perda de R$ 12 bilhões do valor da empresa. Com isso, segundo analistas, a consequência desse aperto ocasiona aumentos médios de preços dos planos de saúde de 10%.
Atualmente, um dos principais fatores de pressão sobre o custo das operadoras é expresso pela taxa de sinistralidade do setor. Na prática, ela mostra a relação entre quanto as pessoas usam os planos e quanto pagam pelo serviço. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que esse índice era de 85,8% no terceiro trimestre de 2021. Quanto mais próximo de 100%, pior é o resultado para as empresas.
Demanda reprimida
O aumento do uso dos planos de saúde no último ano tem sido interpretado como uma consequência da demanda reprimida de procedimentos como cirurgias eletivas, aquelas que não são consideradas urgentes. Ou seja, com o arrefecimento da Covid-19, as pessoas realizaram tratamentos e intervenções cirúrgicas que haviam sido adiados no auge da propagação da doença, entre 2020 e 2021.


