Dança das cadeiras: Vitória segue o fluxo de não dar sequência ao trabalho de treinadores

Antes de Tencati, o técnico no início do ano era Marcelo Chamusca, que comandou o Vitória em 14 partidas

[Dança das cadeiras: Vitória segue o fluxo de não dar sequência ao trabalho de treinadores]

FOTO: Maurícia da Matta/ EC Vitória

O Vitória demitiu no último domingo (19) o técnico Cláudio Tencati, que não resistiu a derrota para o São Bento por 3 x 1, no Barradão, pela 4ª rodada da série B. Tencati comandou o Rubro-Negro em sete partidas, perdeu quatro, empatou duas e venceu apenas uma, com um aproveitamento de apenas 23,8%. 

Antes de Tencati, o técnico no início do ano era Marcelo Chamusca, que comandou o Vitória em 14 partidas. Conseguiu três triunfos, sete empates e quatro derrotas, com um aproveitamento de 38%. Na ocasião, a gota d´água para demissão de Chamusca foi a derrota no Campeonato Baiano para o Fluminense de Feira, resultado que deixou o Rubro-Negro fora das semifinais da competição. O Vitória agora parte em busca do seu terceiro treinador no ano.

Trocar de comando técnico no Vitória aparentemente virou rotina. Em 2015, quando também disputava a segunda divisão, o clube chegou a ter cinco treinadores. Em sequência, Ricardo Drubscky, o interino Carlos Amadeu, Claudinei Oliveira, o também interino Wesley Carvalho e Vagner Mancini. Dentre esses, o que teve trabalho mais duradouro foi o velho conhecido da torcida, Vagner Mancini, que esteve à frente do Vitória durante pouco mais de um ano e três meses. No período de 2015-2016, o treinador comandou o Leão em 76 jogos e obteve 33 vitórias, 19 empates e 24 derrotas, tendo um aproveitamento em cerca de 50%.

No ano de 2017, a troca se tornou constante novamente. O Rubro-Negro voltou a ter o número expressivo de cinco treinadores no comandando da equipe ao longo do ano. A lista tinha Argel Fucks, Wesley Carvalho, o ídolo do clube Dejan Petkovi?, Alexandre Gallo e mais uma vez Vagner Mancini, de novo com o trabalho mais longo do quinteto, um ano. 
O que chama atenção é que a maioria dos treinadores tiveram pouco tempo de trabalho. Tirando Vagner Mancini, 67 jogos, e Argel Fucks, 42 jogos, os demais treinadores tiveram uma média de 12 partidas no comando do Vitória.

O novo técnico da equipe Rubro-Negra já chega com duas missões: conduzir o clube de volta a primeira divisão e tentar permancer uma longa temporada na Toca do Leão.

Você de novo?

A grande questão que envolve o Vitória é o círculo vicioso de técnicos que rondam o clube. Vagner Mancini é o exemplo mais claro disso, o treinador quase sempre é chamado para ser o bombeiro ou salvador da pátria quando a situação está crítica. Apesar de ter tido um trabalho duradouro nas duas passagens recentes, não deveria sempre ser apontado como solução para os problemas.

Há treinadores promissores que estão surgindo com novas metodologias, estudos táticos e conhecimentos mais atualizados, como Fernando Diniz do Fluminense, Tiago Nunes do Athetico-PR e Fábio Carille do Corinthians. 

O mercado sul-americano também oferece boas opções de técnicos com potencial. O treinador argentino Sebastian Beccacece é um exemplo. Com conceitos modernos, tempo e paciência para trabalhar, levou o modesto Defensa y Justicia, ao inédito vice-campeonato argentino, com um estilo de jogo que encantou e continua encantando o futebol sul-americano. Pelos baixos padrões de salário do futebol argentino, valeria o investimento.

Os clubes precisam fugir do tradicional e ter paciência com treinadores que estão surgindo no mercado, do contrário estarão sempre fadados a tradicionalidade na escolha de quem comanda sua equipe. 
 


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