De Resort Penal a Cela Solitária de 6 m²: veja onde países prenderam ex-presidentes
Jair Bolsonaro está detido na Sala de Estado Maior na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Foto: Divulgação
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), solicitada pela Polícia Federal (PF) após violar a tornozeleira eletrônica, colocou o país no centro das atenções globais nesta semana. Bolsonaro está preso em uma Sala de Estado Maior, na Superintendência da PF em Brasília, com 12 m². Intens como frigobar e ar-condicionado têm levantado debates sobre privilégios.
O Judiciário dos países varia entre garantir proteção especial ou tratar o ex-presidente como um detento comum. As instalações podem variar entre celas sem camas a "condomínios presidenciais". Veja três casos emblemáticos.
"Resort penal" de ex-presidentes do Peru
O Peru é o país que mais prendeu ex-presidentes no planeta; foram seis em um período de 35 anos. A maioria cumpriu pena no complexo penal de Barbadillo, perto de Lima. O local é considerado um “resort” ou até um “condomínio” de ex-líderes.
Um dos seus moradores (ou hóspedes) mais notáveis foi Alberto Fujimori. Outros três ex-presidentes peruanos dormiram em Barbadillo: Ollanta Humala, Pedro Castillo e Alejandro Toledo. O primeiro e o terceiro foram presos após escândalos de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht.
A prisão no meio de Paris
A penitenciária de La Santé fica no meio da capital francesa, perto de prédios de alto padrão. Conta com uma área VIP, onde ficam detidos internos que correm risco. As acomodações não são luxuosas. A cela dele tinha 9 m² (menor que uma vaga de garagem), contava com cama fixada na parede, TV (apenas canais da TV aberta), frigobar e telefone, que fazia ligações apenas para números pré-aprovados pela Justiça. Um chuveiro privativo, uma forma de evitar o encontro com outros presidiários em banheiros comuns. Banhos de sol também acontecem num pátio separado.
A prisão sem conforto da Coreia do Sul
A Coreia do Sul teve cinco presidentes presos em 30 anos. A maioria ficou no Centro de Detenção de Seul-Uiwang, perto da capital sul-coreana. Diferente das prisões do Ocidente, na Coreia do Sul, o detento fica em uma cela solitária de 6 m², sem qualquer tipo de conforto. O local não contava nem com cama, apenas um colchonete colocado no chão. Na Coreia do Sul, apesar de haver segurança nas cadeias para presos VIPs, não há grandes regalias ou tratamentos diferenciados. O ex-presidente preso é tratado como um detento comum, uma forma de desconstruir a imagem de líder e reforçar o peso do crime cometido.
