De acordo com informações do Ministério da Economia, a recessão provocada pelo agravamento da pandemia da Covid-19 deve elevar o déficit primário para R$ 540,53 bilhões em 2020. O valor consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, entregue nesta sexta-feira (22) pela pasta ao Congresso Nacional.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo, sem considerar os juros da dívida pública. No relatório anterior, de março, a pasta previa que o rombo nas contas públicas ficaria em R$ 161,62 bilhões. Ainda de acordo com relatório, o Ministério da Economia ainda projetava crescimento de apenas 0,02% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Somente na semana passada, a estimativa foi atualizada para queda de 4,7% do PIB.

Na quinta-feira (21), a pasta tinha informado que as medidas tomadas até agora pelo governo contra o coronavírus aumentariam o déficit primário em R$ 344,63 bilhões. A nova versão do relatório, no entanto, apresentou piora superior, de R$ 378,91 bilhões.

A queda do resultado primário provém da redução na arrecadação como do aumento de gastos relacionados ao enfrentamento da pandemia. A nova versão do relatório aponta redução de R$ 111,25 bilhões nas receitas líquidas da União. As principais causas são a revisão para baixo do PIB, responsável pela piora de R$ 63 bilhões na estimativa, e as desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para equipamentos de combate à covid-19 e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações de crédito.