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Demanda por refrigeração de ambientes deve triplicar até 2050, diz ONU

Documento indica que o aumento da população e dos extremos de calor fará com que mais famílias de baixa renda tenham acesso a sistemas de refrigeração mais poluentes e ineficientes

Por FolhaPress
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Atualizado
Demanda por refrigeração de ambientes deve triplicar até 2050, diz ONU

Foto: Unsplash/Pier Luigi Valente

Com um planeta cada vez mais quente, a demanda por refrigeração de ambientes deve triplicar até 2050, levando ao dobro de emissões de gases-estufa relacionadas à operação dos aparelhos.

Os dados são do Global Cooling Watch 2025, novo relatório do Pnuma, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, divulgado nesta terça-feira (11), durante a COP30 em Belém. 

O documento indica que o aumento da população e dos extremos de calor fará com que mais famílias de baixa renda tenham acesso a sistemas de refrigeração mais poluentes e ineficientes. A projeção é de que as emissões causadas pelos aparelhos serão de 7,2 bilhões de toneladas de carbono (CO2e) em 2050, mais do que o dobro do registrado em 2022.

A ONU aponta que há caminhos para evitar esse cenário, com o uso de equipamentos mais eficientes e combinando ventiladores com aparelhos de ar condicionado. Se isso for feito, a estimativa será de 64% menos emissões do setor na metade do século, o que evitaria US$ 43 trilhões em gastos com energia e infraestrutura e protegeria 3 bilhões de pessoas.

Caso haja uma descarbonização rápida do setor de energia, a poluição seria 97% menor.

Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma, defende que o acesso ao resfriamento seja tratado como uma infraestrutura essencial, assim como água e saneamento, diante de ondas de calor mais frequentes e extremas.

"Mas não podemos resolver a crise do calor apenas com ar-condicionado, o que aumentaria as emissões de gases de efeito estufa, elevaria os custos e aumentaria as substâncias que danificam a camada de ozônio", disse. Outra preocupação é com o aumento do uso de energia, que pode causar apagões.

Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo sofrem com falta de refrigeração adequada, segundo o Pnuma, número que também deve triplicar até 2050. A vulnerabilidade é maior nos grupos de baixa renda e com maior risco, como mulheres, pequenos fazendeiros e idosos, de acordo com o relatório.

Andersen afirma que soluções com alta eficiência energética e baseadas na natureza podem ajudar a atender à demanda crescente e proteger as pessoas enquanto o mundo trabalha para conter as temperaturas.

Algumas sugestões do relatório são:

- investir em resfriamento passivo, com design inteligente de paredes, telhados, vidraças, sombreamento e ventilação;
- soluções de baixo consumo energético, incluindo ventiladores, ar-condicionado híbrido e soluções solares off-grid;
- rápida redução do uso de hidrofluorcarbonetos (HFCs), que agravam o aquecimento global e foram adotados como substitutos aos CFCs, causadores do buraco da camada de ozônio.

O Pnuma prevê que o estresse térmico poderá inviabilizar 80 milhões de empregos em tempo integral até 2030. O acesso ao resfriamento sustentável, assim, determinará se empresas, escolas, hospitais e outras instalações terão a capacidade de seguir funcionando.

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