Depressão econômica pode levar taxa selic abaixo de 2,25% em 2020
Copom se reune nesta semana para definição

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A confirmação de uma depressão econômica com efeito de queda da inflação pode levar a Selic (taxa básica de juros) para abaixo de 2,25% ao ano, de acordo com o consenso de mercado publicado pela última pesquisa Focus do Banco Central. Três fatores de risco contribuem para a visão pessimista sobre a economia brasileira para explicar a queda no segundo semestre: uma segunda onda da pandemia de coronavírus no mundo, depressão econômica global e deflação no Brasil.
Para a economista-chefe da gestora de investimentos do BNP Paribas, Tatiana Pinheiro, a deflação de 0,38% no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de maio confirma que as pessoas estão mais pessimistas com a economia brasileira. “Há um efeito deflacionário da covid-19. Tivemos o auge do distanciamento social em abril, e isso mudou um pouco em maio. Temos uma alguma reabertura agora em junho, mas há sempre o risco de uma segunda onda global do coronavírus”, argumenta.
A especialista observa que o IPCA acumulado em 12 meses está em apenas 1,88%. “Isso é muito abaixo do piso inferior da meta de inflação, que é de 2,5% para este ano, uma situação muito propícia para o corte de 0,75 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), como espera o mercado”, diz Tatiana. Atualmente, a Selic está em 3% ao ano, mas a economista-chefe prevê que a Selic não vai ficar em apenas 2,25% em 2020.
“Há uma contração relevante da atividade econômica. Dados de confiança e de índices de incerteza, todos esses indicadores antecedentes mostram uma recessão profunda, o que abre espaço para um outro corte de 0,75 ponto porcentual na reunião de agosto”, prevê Tatiana. Nesse cenário traçado por ela, a taxa Selic de fechar o ano em 1,5% ao ano.


