Desemprego cai para 12,6% no 3º trimestre, mas ainda atinge 13,5 milhões, aponta IBGE

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua

[Desemprego cai para 12,6% no 3º trimestre, mas ainda atinge 13,5 milhões, aponta IBGE]

FOTO: Agência Brasília/Agência Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, nesta terça-feira (30), que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,6% no 3º trimestre, mas a falta de trabalho ainda atinge 13,5 milhões de brasileiros Essa é a primeira vez, desde o trimestre terminado em abril de 2020, em que a taxa de desemprego fica abaixo de 13%.

Apesar da queda nos números do desemprego, o rendimento real dos brasileiros diminuiu e o número de trabalhadores subocupados e informais aumentou. Já o contingente de trabalhadores por conta própria atingiu número recorde. 

Esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No trimestre encerrado em agosto, a taxa de desemprego estava em 13,1%, atingindo 13,9 milhões de pessoas, segundo os dados revisados da série do IBGE, que foi reponderada, devido a fatores como a mudança na forma de coleta de pesquisa durante a pandemia de Covid-19.

Em comparação com o 2º trimestre (14,2%), a taxa de desemprego recuou 1,6 ponto percentual. Já no 3º trimestre do ano passado (2020), estava em 14,9%.

No entanto, o número de desempregados diminuiu 9,3% (menos 1,4 milhão de pessoas) frente ao trimestre terminado em junho (14,8 milhões de pessoas) e caiu 7,8% (menos 1,1 milhão de pessoas) na comparação anual.

As maiores taxas de  desemprego foram registradas nos estados de Pernambuco (19,3%), Bahia (18,7%), Amapá (17,5%) e Alagoas (17,1%). E as menores, em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,6%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Rondônia (7,8%).

Ocupação cresceu, mas rendimento médio diminuiu

Cerca de 93 milhões de pessoas estão ocupadas, segundo a Pnad. Isso representa um aumento de 4% (3,6 milhões de pessoas a mais) em relação ao 2º trimestre e de 11,4% (9,5 milhões de pessoas) frente ao 3º trimestre do ano passado

“No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho”, destacou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Apesar da queda do desemprego, o rendimento dos brasileiros segue em queda, pressionado pela inflação nas alturas, que passou de 10% no acumulado em 12 meses. O rendimento médio real habitual do trabalhador (descontada a inflação) ficou em R$ 2.459, o que representa uma queda de 4% frente ao trimestre anterior e uma redução de 11,1% relação a igual trimestre de 2020. Esse é o menor rendimento médio desde o final de 2012.

Já a massa de rendimento real habitual (R$ 223,5 bilhões) ficou estatisticamente estável em ambas as comparações, segundo o IBGE. De acordo com Beringuy, esses números indicam que o aumento da ocupação foi puxado por postos de trabalho com salários menores. “Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”, explicou.

Taxa de informalidade também cresce 

Com o crescimento do número de pessoas ocupadas, a taxa de informalidade também subiu. O percentual foi de 40,6% da população ocupada no 3º trimestre, reunindo 38 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 40% e, no mesmo trimestre de 2020, 38%.

Segundo o IBGE, a informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação no país.

Entre as categorias de emprego que mais cresceram frente ao trimestre anterior estão os empregados do setor privado sem carteira assinada (11,7 milhões de pessoas), com alta de 10,2% (1,1 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 23,1% (2,2 milhões de pessoas) em 1 ano.

O contingente de trabalhadores por conta própria também cresceu, um percentual de 3,3%, em números absolutos foi 817 mil pessoas em três meses. São 25,5 milhões de pessoas nessa categoria, o maior número desde o início da série histórica da pesquisa. Esse contingente inclui os trabalhadores que não têm CNPJ, que cresceram 1,9% frente ao último trimestre.

Já o número de empregados com carteira de trabalho assinada atingiu 33,5 milhões, subindo 4,4% (mais 1,4 milhão de pessoas) frente ao trimestre anterior e 8,6% (mais 2,7 milhões) frente a 2020.

"O número de trabalhadores domésticos chegou a 5,4 milhões, aumento de 9,2% – o maior desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Se considerados apenas os trabalhadores sem carteira, houve aumento de 10,8%, o que representa 396 mil pessoas a mais", destacou o IBGE.

O contingente atual desses trabalhadores, porém, ainda é inferior ao período pré-pandemia. No primeiro trimestre do ano passado, 6 milhões de pessoas eram domésticos.


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