Desert Kin: ode ao amor próprio e à descoberta no álbum 'If I'm Not Here?'

Registro do músico e escritor mexicano é uma viagem sonora pela bossa nova, rock vintage e jazz

[Desert Kin: ode ao amor próprio e à descoberta no álbum 'If I'm Not Here?']

FOTO: Divulgação

Como é a ausência de si mesmo? Certamente, não tão vasta quanto o deserto, mas o instinto carrega uma necessidade quase que primitiva de ir além da superfície na busca de encontrar o que foi perdido. Este é o ponto de partida de 'If I'm Not Here?', o álbum de estreia do escritor e músico mexicano Franco Bastida com o projeto multilíngue Desert Kin.

O lançamento mundial do álbum acontece em 11 de agosto (ouça aqui) e no Brasil é promovido pela Brain Productions Booking em parceria da Tedesco Mídia.

Desert Kin foi concebido por Franco durante a pandemia. Neste primeiro registro, todas as histórias compõem uma jornada de redenção. O mexicano imprime a ideia de renascimento nas canções, uma busca interna e pessoal de recuperar algo que se perdeu em algum momento da vida. “If I’m Not Here?” tem influência direta da música, linguagem e cacoetes sociais dos Estados Unidos, México e Brasil, uma amálgama de tudo que Franco viveu e experimentou. É uma viagem sonora, às vezes antropológica, pela bossa nova, rock vintage e jazz.

Junto à Franco, músicos consagrados da cena indie do México colaboraram no registro, como Daniel Ponce (Leonel García, Mon Laferte) que gravou bateria, Apache O'Raspi (Suave as Hell) no baixo e My Monday Taco Club nos sintetizadores. Uma das faixas do álbum, aliás, é cantada em português: ‘Os Escultores estão vivos’, com participação da portuguesa Marta Morena. É uma música que o Desert Kin canta sobre falsas expectativas que se veste os outros e a si mesmo. E deixa uma pergunta bastante intrigante ao ouvinte: Como devemos quebrar o ego?

Já a abertura do álbum, “Slow Drive”, relembra uma viagem ao interior com um amor que não pode ser, misturando R&B com batidas de hip hop e acordes espaciais descontraídos. Trata-se de música que traz de volta o melhor dos sons análogos. Combina-os com harmonias de jazz para acompanhar os flashes de memórias durante uma viagem de carro. Tem a balada de 1950, “Ducks in a Row”, que irrompe em um refrão mariachi. Subitamente, Desert Kin mostra um arranjo jazzístico de amor-próprio de “El David”, que junto à já citada bossa nova experimental de “Os Escultores Estão Vivos”, foram todas gravadas após sessões de improvisação, livres de uma concepção rígida de cultura.

O álbum também apresenta a faixa inédita “This Time”, uma colaboração pop dos sonhos com Paulina Parga, formada em Berklee. Afinal, Desert Kin também é uma afirmação. É derivado da palavra kynfolk, introduzida no inglês antigo pelas tribos nórdicas no que hoje é a Grã-Bretanha. Representa a maleabilidade e a curiosidade inata das pessoas do deserto.

O músico mexicano comenta sobre “If I’m Not Here?”:

“Algumas das realizações mais importantes da vida vêm com humor seco, como em ‘Ei, é hora de nos recompor’. Eu acredito no poder das imagens. ‘If I’m Not Here?’ é um álbum de hipóteses: sobre o que aconteceria se você decidisse ficar com uma pessoa que ama ou mudar sua vida completamente. Você nunca sabe até que você decida trocar um pouco de pele e dar uma volta.”


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