Desmatamento e extinções podem gerar outras pandemias
Ratos e morcegos podem carregar patógenos caso fiquem sem seu habitat natural

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Um estudo realizado pela University College London mostrou que com o aumento de desmatamentos, as espécies que vivem nesses locais, principalmente os ratos e morcegos, que podem carregar patógenos capazes de provocar uma nova pandemia, caso fiquem sem seu habitat natural.
A pesquisa analisou mais de 6,8 mil comunidades ecológicas, nos 6 continentes, para conectar o surto de doenças com a perda da biodiversidade. Os resultados foram publicado na revista Nature. “Estamos alertando isso há décadas”, explica Kate Jones, modeladora ecológica e principal autora do estudo. Segundo ela, com a pandemia de Covid-19, agora seus esforços estão sob holofotes, a fim de mapear riscos e projetar onde doenças podem surgir. A atual pandemia também mostrou a importância da biodiversidade na transmissão de patógenos.
Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, mostraram que o desmatamento em Uganda aumentou a presença de primatas nas plantações, já que enquanto humanos entravam nas florestas em busca de madeira, os animais frequentavam plantações em busca de alimento.
Jones e sua equipe analisaram dados de diferentes lugares, desde florestas nativas a cidades. Eles descobriram que as populações de espécies hospedeiras de patógenos transmissíveis aos humanos aumentava à medida que a paisagem mudava de natural para urbana. Além disso, a biodiversidade também diminuía nessa mesma direção.
O risco de novas pandemias pode fazer com que o processo de desmatamento seja acelerado, por questões econômicos. Além disso, também é preciso compreender como fatores socioeconômicos e culturais podem influenciar na necessidade de criação de novos campos de plantação ou de caça de animais selvagens para consumo humano.