A praticidade tecnológica acomoda e dá brechas para manter-se online mais do que o necessário, mas a quantidade em demasia de logins e senhas, seja de e-mails ou redes sociais, é um indício ordinário de quão amarrado o indivíduo está ao mundo virtual. Outros indicadores esta relação são o tempo dedicado a jogos online e até mesmo a atualização desenfreada de aplicativos para celular. 

Da necessidade pelo trabalho ao uso descontrolado nos momentos de lazer, a dependência tecnológica – para alguns especialistas – pode ser tratado como um problema de saúde pública quando o uso desenfreado abala a qualidade de vida.

Um recente levantamento da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), de outubro do ano passado, afirma que um em cada quatro brasileiros adolescentes são dependentes de internet. Deste levantamento, o diagnóstico mais relevante é o aumento da ansiedade entre o grupo dos dependentes tecnológicos. 

A dependência, ou vício, é uma condição difícil de ser aceita por quem faz uso excessivo da tecnologia, e mesmo que este ambiente virtual seja parte de um trabalho formal, o desgaste nas relações humanas devido ao tempo de imersão neste campo é um claro sinal para repensar a forma ideal (principalmente saudável) para se relacionar com o mundo moderno e suas facilidades por meio da tecnologia. 

É aceitável e recomendável que os parâmetros sociais e de sociabilidades por meio da tecnologia sejam, mesmo, moldados a pessoas, situações e tempo, no entanto, o processo deve ser ponderado a partir do mundo e coisas palpáveis. A imersão à exaustão não deve ser o norte. 

O detox tecnológico não é uma bobagem ou utopia, afinal, o mundo real, das relações de corpo a corpo (independente se para fins profissionais ou nos momentos do entretenimento ou informalidade) são, ainda, o grande porto seguro da humanidade para muitas ações importantes da história. O importante é saber que a vida continua paralelo àquela que corre e chama no mundo virtual.