Dia das Mães: especialista dá dicas para presentear sem comprometer o orçamento
Pesquisa indica que mais de 90% dos brasileiros pretendem presentear suas mães este ano

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O Dia das Mães é a segunda data mais importante para o varejo, e não é à toa: este ano, mais de 92% dos brasileiros devem presentear suas mães, segundo uma pesquisa realizada pela Mission Brasil, que ouviu mais de mil participantes de todos os estados e do Distrito Federal. Embora o período seja de fartura para comerciantes, pode acabar pesando no bolso de trabalhadores que não se planejam para ir às compras.
André Barbosa, contador e educador financeiro, explica que um dos principais erros é escolher os presentes em cima da hora. "Quando a gente deixa para a última hora, a gente acaba tendo um maior custo, a gente acaba deixando também para adquirir na situação fervorosa de mercado, onde os produtos têm um aumento de valor, um aumento de preço e acabam inflacionando. Então, isso dificulta, inclusive, até você, nesse momento, ter uma tranquilidade para comprar o presente", diz Barbosa.
Outro problema comum é apostar todas as fichas no cartão de crédito - e, depois, não conseguir honrar as dívidas. Segundo André, a falta de educação financeira no Brasil faz com as pessoas não utilizem o método de pagamento da forma correta e o enxerguem como vilão. O educador financeiro destaca: cartão de crédito não é dinheiro e orienta que, antes de fazer uma compra no cartão de crédito, a pessoa avalie se tem condições de arcar com essa parcela no final do mês.
"Cartão de crédito não é o vilão, os vilões somos nós mesmos. Você pode utilizar o cartão de crédito como método de controle, para ficar acompanhando as suas compras e gerenciar os seus gastos até o final do mês. Mas tem outras pessoas que utilizam o cartão de crédito não como controle, não como uma modalidade de pagamento, mas ele utiliza como se fosse o dinheiro e não é dinheiro", afirma André.
Endividado. E agora?
Quando já se está endividado, o melhor a fazer é evitar contrair outra dívida com um presente de Dia das Mães ou, como diz o ditado, 'já que estamos no buraco, por que não decorar as paredes?'. André explica que, neste caso, importa menos que a pessoa endividada faça uma aquisição e mais que haja uma mudança de mentalidade.
"Primeiro, a pessoa precisa reconhecer que ela tem dívidas e que ela não pode aumentar as dívidas dela. Então, a gente sabe que existem datas comerciais que são bem relevantes, outras não tão relevantes assim, que tem como deixar passar. Mas quando você segue uma mesma linha, mesma filosofia de endividamento sem olhar que você está realmente endividado, com valores a pagar muito à frente, você tende a comprar presentes mais caros, porque você quer presentear aquela pessoa de uma forma muito plausível", pontua o educador financeiro
André Barbosa frisa ainda que a compra movida pela emoção, comum aos brasileiros, segundo o especialista, pode ser um problema, sobretudo para quem já está endividado. Nesse sentido, ele aconselha que sejam feitas reservas financeiras, a fim de que haja um controle maior das finanças.