Diego Castro acusa Olívia Santana de favorecer bandidos e deputada rebate: ‘Bolsonarista vive de mentiras’
Primeira sessão na Assembleia Legislativa após recesso foi marcada por embate; entenda

Foto: Farol da Bahia
A primeira sessão ordinária no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) após o recesso parlamentar, realizada nesta terça-feira (5), foi marcada por embates intensos entre a deputada Olívia Santana (PCdoB) e o deputado Diego Castro (PL).
Durante um discurso acalorado na tribuna, o parlamentar bolsonarista voltou a chamar de “Bolsa Família do Crime” o projeto de Olívia que prevê o pagamento de até R$ 7.590 por mês a famílias de vítimas atingidas por disparos de arma de fogo durante operações policiais.
“O socialismo do PSOL e o comunismo do PCdoB estão do lado oposto do cidadão de bem. Se fosse diferente, a deputada Olívia Santana não apresentaria um projeto que quer dar ‘Bolsa Crime’ para família de bandido, enquanto o cidadão de bem está se lascando para ganhar um salário mínimo”, disparou o parlamentar.
Diego, que já apresentou uma contraproposta ao projeto de lei em questão, acusou ainda a deputada de favorecer criminosos e a chamou de “comunista hipócrita”.
“Olívia, o seu partido dá algum exemplo de democracia? Depois a senhora está em evento LGBT pregando comunismo, enquanto gay em Cuba é tratado na ponta do fuzil. Pura hipocrisia”, afirmou.
“Prática de bolsonarista”
Ao pedir questão de ordem durante a sessão para ter direito de resposta, Olívia Santana refutou as acusações e afirmou que parlamentares bolsonaristas estão acostumados a espalhar mentiras para confundir a população. Segundo ela, trata-se de uma estratégia eleitoral para manter visibilidade e apoio político.
“É uma prática do bolsonarismo pregar mentiras para causar confusão na população. A mentira é uma estratégia política que vem mantendo os dividendos eleitorais para esse segmento que surgiu no Brasil com tanta força”, disse a deputada.
Olívia também explicou o projeto de lei, batizado de “Ana Luiza” em homenagem à jovem de 19 anos morta por uma bala perdida durante uma operação policial no bairro da Engomadeira, em Salvador, em abril deste ano.
“Ana Luiza era filha única e estudante universitária. Nosso mandato tem orgulho de apresentar um projeto que responsabiliza o Estado nesses momentos em que pessoas inocentes são mortas na comunidade”, afirmou.
De acordo com a deputada, a proposta em tramitação na Alba foi discutida com órgãos competentes e oferece um “auxílio humanitário" às famílias das vítimas.
“Que o governo seja responsabilizado e dê a essa família algum tipo de reparação. Quando as operações acabam, fica o corpo estendido no chão, a dor das famílias e o ônus de enterrar seus mortos sem ter nenhuma condição.”
Em declaração à imprensa após a confusão no plenário, Olívia informou que entrou com um processo judicial contra o deputado Diego Castro.