Diretor do Butantan diz que CoronaVac é menos vulnerável a novas mutações da Covid-19 que outras vacinas
Dimas Covas também comentou sobre capacidade do Brasil vacinar 80% da população até o fim do ano

Foto: Divulgação/Governo de São Paulo
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, admitiu preocupação com o impacto que o surgimento de novas mutações do coronavírus pode ter na eficácia das vacinas, entretanto, Dimas afirmou que as características da CoronaVac minimizam a chance de problemas. Ele participou nesta sexta-feira (12) do lançamento do Projeto S, um estudo clínico que será realizado na cidade de Serrana e planeja imunizar a maioria da população da cidade para avaliar o impacto da vacina em toda uma cidade.
"Temos agora uma variante que é considerada brasileira, começou no Amazonas, e potencialmente pode trazer problemas para algumas vacinas, principalmente para aquelas que são baseadas na proteína S. Incluém-se nesse tipo de vacina a vacina da AstraZeneca, da Pfizer, a Sputnik, da Rússia, e a da Johnson. Todas elas poderão ter problemas com essas variantes", afirmou Dimas Covas.
A CoronaVac usa o vírus inativado, que é um método mais tradicional embora tenha se demonstrado com eficácia menor nos testes clínicos da Covid-19. A maioria das vacinas em uso atualmente usa formas inativadas de vírus. Nesse caso, o vírus inativa não consegue se replicar, mas sua presença ativa o sistema imunológico. De acordo com Covas, por causa disso, a chance da CoronaVac ter sua eficácia cancelada com novas variantes é menor.
Durante o evento, o diretor do Instituto Butantan ainda demonstrou dúvidas sobre a capacidade do Brasil conseguir vacinar 80% da população até o fim do ano, número considerado necessário para atingir a imunidade de rebanho. "Para atingirmos 80% de vacinação, que é o que se esperaria para obter a chamada imunidade de rebanho, teríamos que ter 340 milhões de doses. Nesse momento, esse quantitativo, embora numericamente possa já estar contratado, ele ainda não existe de fato, não existe de forma efetiva. A única vacina disponível em grande quantidade no Brasil é a vacina do Butantan", disse.