Diretora do FMI diz que fim do auxílio emergencial pode prejudicar recuperação da economia brasileira
Declaração foi feita a veículos de imprensa nessa terça-feira (15)

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Em entrevista para a Folha de São Paulo e outros veículos de imprensa. A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI) Kristalina Georgieva afirmou nesta terça-feira (15) que a recuperação econômica do Brasil pode ser afetada pelo fim prematuro do auxílio emergencial. Segundo ela, 24 milhões de pessoas ficariam em situação de extrema pobreza sem o benefício. “Cortar essa corda de salvamento (auxílio emergencial) prematuramente é um perigo para a pobreza e a desigualdade e também para o sucesso na recuperação mais rápida e robusta”, disse.
O beneficio instituído no mês de abril promoveu o pagamento de parcelas mensais de R$ 600 até setembro. A partir de então, o valor caiu para R$ 300. O auxílio deixará de ser pago a partir de janeiro de 2021. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro reiterou que o benefício não será prorrogado. No entanto, afirmou que o governo federal fará um esforço para “aumentar um pouquinho” o Bolsa Família. A IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão autônomo que acompanha as contas públicas vinculado ao Senado, projetou que o pagamento de mais quatro parcelas de R$ 300 do auxílio em 2021 custariam R$ 63,3 bilhões.
Kristalina elenca três medidas que considera fundamentais para mitigar a desigualdade: apoio público, investimento em educação e criação de oportunidades de empreendedorismo, especialmente para os jovens. “É importante que as autoridades se comprometam com o teto de despesas (…) e com a implementação de reformas estruturais”, afirma. Para ela, vacinar a população é um passo fundamental para a recuperação das economias mundiais. “Quando você olha para o grau de preparação para a vacinação, claramente, alguns países da América Latina agiram mais rápido para garantir a vacinação de 100% de sua população, como Chile, Costa Rica e México”, diz.


