"Dizer que a Lava Jato levou o país para a quebradeira é conversa fiada", afirma Moro
Durante uma entrevista exclusiva, o ex-juiz ainda disse que entrou no governo para evitar as maluquices de Bolsonaro
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O ex-juiz Sérgio Moro disse, em entrevista exclusiva à Rádio Metropole nesta terça-feira (11), que a Lava Jato não é responsável por destruir empresas ligadas à corrupção na Operação Lava Jato.
"Quem revelou os crime só trouxe eles a público. Quem colocou as empresas envolvidas na corrupção que errou. Dizer que a Lava Jato levou à quebradeira é conversa fiada. De quem fez coisa errada e quer culpar a Lava Jato por isso. Mas o culpado é o corruptor", afirma.
Moro ainda destacou que tem gente boa na política, quando questionado pelo apresentador Mário de Melo Kertész se, caso eleito, como ele iria manobrar um Congresso envolvido com corrupção.
"Tem muita gente boa na política. Gente muito boa. Meu DNA é o combate à corrupção. Mas tem que ir muito além. Temos que usar esse ano de 2022 para conversar com as pessoas. Fazer as reformas paradas. Fazer uma revolução na educação pública. Tem muita gente boa que podemos unir para construir um melhor país. O que falta? Falta liderança. E a liderança falta compromisso primeiro com a verdade".
Ele também defendeu o fim do foro privilegiado e o fim da reeleição. "O presidente esquece das pessoas e passa a pensar nele mesmo com a reeleição. A gente pode fazer algo melhor. As pessoas reagem com os incentivos que recebem. Se a gente não der esse primeiro passo, nunca vai melhorar como país", diz.
Ao ser questionado sobre as declarações feitas por Bolsonaro sobre racismo, estupro, entre outras falas antes de se tornar presidente do país, o ex-juiz afirma que entrou no governo Bolsonaro como ministro da Justiça, para evitar "as maluquices".
"Eu entrei no governo até para evitar essas maluquices. Quando entrei, ouvi pessoas dizendo: 'quem bom que você entrou. vai dar equilíbrio'. Nunca imaginei que isso seria política pública. Não entrei no governo pelo poder. Se tivesse entrado pelo poder, estaria lá até hoje. Fui por um projeto de combate à corrupção. E isso Bolsonaro não seguiu", completou.
