Dois em cada 3 processos por assédio sexual na administração pública federal terminaram sem pena
Entre 2008 e junho de 2022 foram instaurados 905 processos para apurar casos de assédio sexual

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Um levantamento feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) para a Folha de S.Paulo, apontou que dois terços dos processos de investigação por assédio sexual no âmbito da administração pública federal terminaram sem penalidades. Os dados foram revelados após a repercusão das acusações se assédio sexual feitas por funcionárias da Caixa Econômica Federal contra o então presidente da instituição, Pedro Guimarães.
De acordo com os dados, entre 2008 e junho de 2022 foram instaurados 905 processos para apurar casos de assédio sexual. Desses, 633 foram concluídos e 272 ainda seguem em andamento. Das investigações concluídas, 432 não tiveram punição. O número representa 65,7% do total.
Entre as investigações que acarretaram em alguma penalidade, 41 resultaram em advertência, 90 em suspensão e 95 em demissão do agressor. Em algumas apurações, houve o envolvimento de mais de um agente público, por isso, o número de penalidades é maior do que a quantidade de processos.
Os dados incluem processos da administração direta, autarquias e fundações, como ministérios, agências reguladoras e universidades federais.