Dois poderosos grupos da moda recorrem a negociações para evitar falência

Com crise financeira cada vez mais intensa, diversas empresas têm mostrado dificuldade em se sustentar durante este novo panorama mundial

Por Michel Telles
Ás

Dois poderosos grupos da moda recorrem a negociações para evitar falência

Foto: Arquivo

Não  é segredo para ninguém. A pandemia do novo coronavírus mudou a forma de olhar para muitas coisas, especialmente para a relação o consumo. E a moda é um dos setores comerciais mais afetados. A prova disso são os poderosos grupos Inbrands (leia-se Ellus, Richards, VR, Salinas, Alexandre Herchcovitch, Mandi, Bobstore e Tommy Hilfiger Brasil) e Restoque (leia-se Le Lis Blanc, Dudalina, John John, Bo.Bô, Rosa Chá, Individual e Base), que decidiram entrar com pedidos de recuperação. Segundo informações do Estado de São Paulo, o grupo paulistano Inbrands contratou um escritório de advocacia para ajudar na negociação de suas dívidas que, antes mesmo da pandemia, somavam mais de R$ 500 milhões. Na Justiça, o conglomerado deve tentar delongar alguns parcelamentos feitos com instituições credoras e reestruturar um acordo financeiro firmado com os ex-sócios da companhia. Criada em 2008, a partir da associação dos empresários Nelson Alvarenga e Americo Breia com o fundo de capital privado Vinci Partners, a holding nasceu com o objetivo de liderar a moda nacional por meio da aquisição de labels bem posicionadas no mercado. À época, as classes emergentes se mostravam atraentes em meio ao crescimento econômico.                                                                                                                               Grupo Restoque                                                  Presente no mercado brasileiro desde 1982, a Restoque não demorou muito para apostar na recuperação extrajudicial. No início do mês de junho, a dona da Le Lis Blanc divulgou um plano que envolve a renegociação de R$ 1,5 bilhão em dívidas e um aumento de R$ 150 milhões em seu capital.

“Fizemos um trabalho muito artesanal e conseguimos protocolar a primeira recuperação extrajudicial desde que começou a crise”, comemorou o vice-presidente executivo de atacado do Santander, Mário Leão, ao Valor Econômico.

A negociação dá ao grupo mais prazo para o pagamento das despesas, incluindo uma carência de 12 meses para o acerto dos juros. A Planner Trustee é a credora mais impactada pelo acordo, visto que tem mais de R$ 1 bilhão a receber. Os bancos Santander, Bradesco, Votorantim, ABC Brasil, Fibra e Rendimento também são citados no documento que sanciona a negociação.

 

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