Economia brasileira mostra primeiros indícios de desaceleração para segundo semestre
O desaquecimento já era previsto pelo governo e pelo mercado

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/EBC
Os primeiros indícios de desaceleração da economia brasileira no segundo semestre já são perceptíveis. Previsto pelo mercado e pelo governo, o desaquecimento se manifesta inicialmente na queda da criação de empregos formais e no aumento da inadimplência.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregos (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o mercado abriu 129.775 vagas formais no mês de julho, sendo o pior índice registrado no período desde 2020, quando foram gerados 108.476 postos.
O resultado ainda representa uma queda de 32% em relação às vagas abertas em julho do ano passado, quando foram registrados 191.373 empregos com carteira assinada.
O número total de postos de trabalho criados durante o ano também está inferior ao registrado no ano passado. Nos sete primeiros meses de 2025, foram criados 1,347 milhão de postos, saldo 10,3% menor em relação ao mesmo período de 2024.
A situação é apontada pelo MTE como resultado de dois fatores: a alta de juros e o tarifaço. A elevação dos juros tem como consequência a desaceleração do ritmo da atividade econômica, enquanto o tarifaço imposto sobre os produtos brasileiros importados pelos EUA gera um clima de incerteza.
Contudo, ainda há maior facilidade para conseguir emprego e aumento da renda, e o mercado continua pujante, como afirmam o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), e a economista-chefe da gestora Mirae Asset, Marianna Costa.
Em relação ao segundo sinal, os dados apontam que a inadimplência das famílias no crédito de recursos livres aumentou de 6,3% para 6,5% entre junho e julho, enquanto no agregado, que inclui as empresas, o crescimento foi de 5,0% para 5,2% no mesmo período.
No crédito total, que inclui recursos livres e direcionados, a inadimplência chegou a 3,8%, o maior nível desde maio de 2017.


