Economistas preveem semestre de prejuízo no Brasil com vacinação lenta
Alta nos casos e novas medidas de isolamento devem frear crescimento do PIB

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Após a queda 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e amargar o pior desempenho desde 1996 devido aos reflexos da pandemia do coronavírus, a economia brasileira deve caminhar lentamente no primeiro semestre de 2021. "Estávamos imaginando um processo de vacinação mais rápido para estancar o contágio da doença já nos primeiros dias após o início da imunização, o que iria contribuir para uma recuperação mais razoável da economia", afirma o economista do Conselho Federal de Economia (Cofecon) Fernando Aquino.
O economista da Nova Futura Investimentos Matheus Jaconeli estima que a economia vai abrir os dois primeiros trimestres deste ano em queda. “O panorama é negativo, porque existe um avanço da pandemia, um processo de vacinação que não acompanha o volume de infecções e novos lockdowns. Com isso, existem ainda perspectivas de aumento dos gastos públicos”, pontua ao classificar o processo sanitário como fator determinante para a retomada.
Responsável por mais de 70% das riquezas produzidas, o setor de serviços é considerado aquele que vai guiar o ritmo da retomada econômica, ainda que seja também o mais dependente do processo de vacinação. “A gente não pode imaginar que o crescimento apenas de alguns setores da indústria e do agronegócio vão sustentar o PIB”, diz Aquino.
O economista da Nova Futura também vê o crescimento dependente do segmento, mas ressalta que os resultados surgem com defasagem em relação às outras áreas. “Após essa queda que vamos ter no primeiro e no segundo trimestre, os serviços devem levar ainda um tempo para voltar”, completa Jaconeli.