Economistas voltam a estimar inflação acima de 3% em 2020
Apesar da alta, a expectativa do mercado segue abaixo da meta, que é de 4%

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Após sete meses, desde março, a previsão da inflação oficial do Brasil para este ano ficou acima de 3%, segundo as projeções feitas pelo Banco Central com analistas do mercado financeiro. As informações fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório Focus, diculgado hoje (3), pelo BC.
Os analistas subiram, pela décima semana consecutiva, a estimativa de inflação deste ano de 2,99% para 3,02%. Desde 23 de março deste ano a previsão dos analistas dos bancos para o IPCA não ficava acima de 3%. Em setembro, a inflação oficial do País, o IPCA, avançou 0,64%, a maior alta para esse período desde 2003. Na prévia de outubro, o IPCA avançou para 0,94%, a maior taxa para o mês em 25 anos.
Contudo, apesar da alta depois de sete meses, a expectativa do mercado para inflação deste ano segue abaixo da meta que é de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.
Já para 2021, o mercado financeiro subiu de 3,10% para 3,11% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
ATA de avaliação
De acordo com a ata de avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a "redução provisória na oferta" junto com um "aumento ocasional na demanda" provocou a alta nos preços de alguns produtos e a pressão sobre a inflação no País nos últimos meses.
"Dessa forma, apesar de a pressão inflacionária ter sido mais forte que a esperada, o Comitê mantém o diagnóstico de que esse choque é temporário, mas monitora sua evolução com atenção", diz a ata.
“Por um lado, a normalização parcial dos preços ainda deprimidos deve continuar, em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade", diz o documento. O BC afirmou ainda que, por outro lado, “espera-se a reversão na elevação extraordinária dos preços de alguns produtos, afetados por redução provisória na oferta em conjunção com um aumento ocasional na demanda”.
"O Copom assim concluiu que o atual nível de estímulo monetário, produzido pela manutenção da taxa básica de juros em 2% a.a. e pelo 'forward guidance' (indicações sobre o futuro), está adequado, independentemente das restrições de natureza prudencial", concluiu a ata.


