"Eduardo Leite é mimado e quer melar as prévias do PSDB", diz Arthur Virgílio
Virgílio ainda critica a aproximação do governador do Rio Grande do Sul com Aécio Neves

Foto: Reprodução/Prefeitura de Manaus
Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus e candidato nas prévias do PSDB, afirmou em entrevista a coluna Painel, que Eduardo Leite é mimado e está tentando melar o processo de escolha do candidato presidencial do partido. O processo de votação para a escolha do pré-candidato do PSDB ao cargo de presidente nas eleições de 2022. O processo de votação foi interrompido na tarde de domingo (21) após problemas no aplicativo.
O problema no aplicativo tem gerado divergência sobre quando as prévias devem retornar. Dória e Virgílio querem que fique para a próxima semana. Mas aliados de Leite, sugeriram como possibilidades retomar o funcionamento do aplicativo nesta segunda (22) ou deixar para 2022. A segunda hipótese revoltou as equipes do governador de SP e do ex-prefeito de Manaus.
As assessorias de imprensa de Virgílio e João Doria (SP) haviam anunciado um pronunciamento conjunto para as 18h, mas foi cancelado. Virgílio diz que o cancelamento foi pedido do partido, que preferia um pronunciamento dos três candidatos conjuntamente, o que não foi aceito pelo ex-senador.
"Eles pediram para não falar. [Partido] pediu. Pela ideia do Bruno [Araújo, presidente do PSDB], falaríamos os três. Mas não tem cabimento. Com esse rapaz não dá", afirma. "Não dá, porque sempre tem subterfúgio, ele é escorregadio, está mal aconselhado", completa. “Fico impressionado”.
A aproximação de Virgílio a Dória, nessa reta final das prévias da escolha do candidato à presidência para as eleições do ano que vem, se dá porque "ele quer fazer as prévias, [enquanto] os outros querem melar. Visivelmente", afirma o ex-prefeito de Manaus. "[Leite] Vem com história, bota dificuldade. Ele se transformou em uma pessoa mimada", completa.
O ex-prefeito de Manaus afirma ainda que a ideia de deixar a disputa para o próximo é uma estratégia de implodir as prévias deixar a decisão para a direção partidária. "2022 significa não fazer, né? Quer levar para uma convenção para fazer uma maioria fácil. Quer excluir o povo do processo decisório", diz. "Botar para fevereiro é querer misturar prévia com convenção partidária. Aí a direção diz que é melhor não fazer, faz uma convenção. Frustra as prévias, desmoraliza o partido. Ele acha que ganha assim", acrescenta.
A crítica de Virgílio a Eduardo Leito se estende também à aproximação do governador do Rio Grande do Sul com Aécio Neves (MG). Virgílio ressalta que sua aproximação a Doria também tem como objetivo fazer contraposição a Leite.
"É uma clara resposta à aproximação dele ao Aécio Neves, que não bota cara, não vai a lugar algum, e ao mesmo tempo fica dando ordens para os acólitos dele. Aécio não vai a qualquer lugar com aglomeração. Foi vaiado na convenção do PSDB de 2018 ", finaliza Arthur Virgílio.