Eduardo Paes e Eduardo Leite cobram do governo Lula mais clareza fiscal e eficiência administrativa
Paes e Leite defendem reforma do IR e cobram corte de gastos do governo Lula

Foto: Júlia Aguiar
Durante participação na série Diálogos, promovida pelo jornal O Globo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), defenderam nesta segunda-feira (28) avanços nas pautas fiscais e cobraram do governo federal medidas mais claras voltadas à eficiência do Estado e ao controle de despesas públicas.
Ambos apoiam a proposta de reforma do Imposto de Renda apresentada pelo Ministério da Fazenda, que prevê isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais e novas alíquotas para rendas superiores a R$ 50 mil. Paes destacou a regressividade do sistema tributário brasileiro, que penaliza os mais pobres, e defendeu que o debate sobre o tema avance, mesmo diante das reações do mercado.
“O ministro Fernando Haddad tem colocado esse debate em pauta, mas é fundamental que isso venha acompanhado de sinais claros de racionalização dos gastos públicos” ponderou o prefeito, aliado de Lula.
Leite, por sua vez, foi mais direto nas críticas. Ele ressaltou que o atual arcabouço fiscal tem se mostrado ineficaz por apostar demais no aumento de receitas sem um esforço proporcional de corte de despesas. Para ele, a percepção popular é de que o governo busca arrecadar mais sem promover contrapartidas.
“No Rio Grande do Sul, conseguimos ampliar a capacidade de entrega justamente porque fizemos um ajuste real nas contas públicas” afirmou o governador Eduardo Leite.
Os dois líderes também consideraram urgente discutir uma nova reforma da Previdência, diante do envelhecimento da população e do impacto crescente do sistema nas contas públicas. Além disso, defenderam a exploração da Margem Equatorial pela Petrobras, mesmo diante das controvérsias ambientais.
Em temas como segurança pública e a relação com o bolsonarismo, Eduardo Paes se distanciou da posição tradicional do PT, sinalizando divergências internas. Já ambos criticaram a tentativa de articulação de setores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro com os Estados Unidos para impor tarifas ao Brasil e repudiaram as propostas de anistia a envolvidos nos atos antidemocráticos.