Eduardo xinga Jair Bolsonaro em mensagens: 'VTNC seu ingrato do caralho'

Em nota divulgada na noite desta quarta-feira, o deputado critica o vazamento do que chamou de conversas entre pai e filho

Por FolhaPress
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Eduardo xinga Jair Bolsonaro em mensagens: 'VTNC seu ingrato do caralho'

Foto: Reprodução/PF

Mensagens reproduzidas no relatório final em que a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mostram o deputado federal xingando o pai devido a uma entrevista em que ele foi chamado de imaturo.

No diálogo via aplicativo WhatsApp Eduardo manifesta grande incômodo pelo fato de Bolsonaro tê-lo chamado de imaturo na entrevista, em 15 de julho, devido a divergências do deputado com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), e passa a atacá-lo com palavrões.

"VTNC SEU INGRATO DO CARALHO'!, escreveu Eduardo em maiúsculas, usando a sigla que significa "vai tomar no c..."

Em nota divulgada na noite desta quarta-feira, o deputado critica o vazamento do que chamou de conversas entre pai e filho.

"Me fudendo aqui! VC ainda te ajuda a se fuder aí!. (..) Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VC ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se fuder é vc E VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA VIDA NESTA PORRA AQUI", prossegue o parlamentar, que cobra "responsabilidade" do pai.

Na entrevista, concedida ao portal Poder360, Bolsonaro diz que as divergências entre o filho e Tarcísio estavam superadas e diz: "Ele [Eduardo Bolsonaro] apesar de ter feito 40 anos de idade agora, né... ele não é tão maduro assim, vamos assim dizer, talhado para a política... tá bem. Ele acerta 90% das vezes, 9% quando meio e 1% está errando", afirmou.

Após a entrevista, Eduardo manda mensagem ao pai dizendo que ia deixar de lado a história, mas que estava com vontade de dar "mais uma porrada" em Tarcísio devido às críticas recebidas do pai.

De acordo com o relato da PF, Bolsonaro e o filho seguem o diálogo por meio de mensagens de áudio que não puderam ser recuperadas.
Em seguida, o deputado manda nova mensagem pedindo a Bolsonaro para vê-lo como o ex-presidente Michel Temer (MDB).

"Quero que vc olhe para mim e enxergue o Temer, vc falaria isso do Temer?"

"Na madrugada do dia 16.07.2025", prossegue a PF, Eduardo "pede desculpas ao pai pelas falas realizadas no dia anterior, alegando que 'estava puto na hora'. Em seguida, encaminha a foto de uma publicação por ele realizada em seu perfil na plataforma social X, pacificando o conflito entre ele e Tarcisio".

"Peguei pesado...", diz Eduardo em uma das mensagens de desculpas enviadas ao pai.

A PF também descreve uma mensagem enviada a Jair Bolsonaro pelo pastor Silas Malafaia tratando do mesmo assunto, ou seja, a entrevista em que ele chamou o filho de imaturo. O aliado diz que o ex-presidente "errou feio".

"Você queimar seu garoto, aí não. Vai me desculpar. E olha que eu bato. Eu mando mensagem para EDUARDO batendo nele", disse Malafaia de acordo com a mensagem reproduzida pela PF.

"Isso é um erro estratégico, de alto grau. Você não tinha que bater no rapaz. Olha o trabalho que o cara está fazendo. Você podia até... é um direito seu, eu nem questiono. Você podia até defender o TARCÍSIO. Legal. Agora, você batendo o teu filho, que está fazendo um trabalho junto a autoridades, falando com os principais assessores de DONALD TRUMP, conseguindo produzir isso tudo aí que o TRUMP tá fazendo... aí você errou, mas errou feio."

do Eduardo passou a ser investigado em razão de sua atuação nos Estados Unidos, onde está desde março articulando pedidos de sanção contra autoridades brasileiras.

A atuação do parlamentar motivou a abertura em maio de um inquérito no STF a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). A instituição alega que o comportamento do político no exterior deve ser investigado pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito.

A Procuradoria também ressaltou que a "tentativa de submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado caracteriza atentado à soberania nacional", crime previsto no Código Penal.

Sobre a investigação, Eduardo afirmou em nota que a atuação dele nos EUA não tem objetivo de interferir no processo em curso no Brasil e chamou de "crime absolutamente delirante" os apontamentos da Polícia Federal que resultaram em seu indiciamento. Ele disse ainda ser "lamentável e vergonhoso" o que ele chamou de vazamento de conversas entre pai e filho.

As punições impostas pelos EUA ao Brasil, que incluíram sanções financeiras ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) por meio da chamada Lei Magnitsky, têm sido defendidas por Eduardo, e o deputado atuou em conexão com autoridades do governo de Donald Trump para pressionar pelo arquivamento do processo contra o ex-presidente.

Na semana passada, numa rodada de conversas em Washington, Eduardo fez um balanço a integrantes do governo Donald Trump da repercussão das sanções dos Estados Unidos no Brasil e discutiu a ampliação de punições a autoridades brasileiras.

Na ocasião, o deputado disse ter enfatizado em reunião com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, que os ganhos financeiros da família de Alexandre de Moraes têm grande participação da mulher do magistrado, Viviane Barci, como advogada.

Em paralelo, Eduardo e o empresário Paulo Figueiredo, que também estava no encontro, passaram a percepção de que bancos brasileiros não estão executando as sanções a Moraes pela Lei Magnistky na totalidade.

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