Eleições na Espanha: Extrema direita disputa espaço no governo pela primeira vez desde o fim do regime franquista
Partido de extrema direita Vox pode ter papel decisivo nas eleições gerais deste domingo

Foto: Pixabay
Neste domingo (23), os eleitores espanhóis participarão de uma eleição geral que pode marcar um momento histórico para o país. Caso o partido de extrema direita Vox conquiste espaço no governo, será a primeira vez desde o fim do regime franquista e a redemocratização da Espanha, em 1975, que um grupo com tais características integrará o governo espanhol.
A disputa eleitoral envolve quatro partidos principais:
Pela esquerda, o Partido Socialista Operário da Espanha (Psoe) e o Sumar. Pela direita, o Partido Popular e o Vox. Embora os partidos tradicionais, Psoe e PP, liderem a disputa, é pouco provável que algum deles consiga eleger os 176 deputados necessários para garantir a maioria no Parlamento, que possui 350 assentos. Nesse cenário, o terceiro colocado será fundamental para determinar se a esquerda ou a direita alcançará o poder, conforme aponta Ramón Mateo, diretor da unidade eleitoral da consultoria beBartlet.
O partido Vox é conhecido por suas posições populistas, conservadoras e nacionalistas, sendo contrário à imigração, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à União Europeia. O futebolista Javier Tebas, presidente da Liga Espanhola de Futebol, também é membro do Vox e tem se envolvido em polêmicas.
Por outro lado, o Partido Popular é visto como um partido mais moderado, embora existam membros que não se sintam confortáveis com uma possível aliança com o Vox, afirma Mateo. Oficialmente, o PP declara preferir governar sem o Vox, mas na prática, os eleitores do partido não parecem se importar muito com uma eventual aliança com a legenda extremista, algo que já aconteceu em governos regionais.
Atualmente, o governo espanhol é liderado por uma aliança de esquerda comandada pelo Psoe. Pedro Sánchez, presidente da Espanha, é o líder do Psoe, e cabe destacar que, embora o país adote um sistema parlamentarista, o chefe de governo tem o título de presidente, e não primeiro-ministro. A eleição deste domingo definirá o rumo político do país e a possível entrada da extrema direita no governo espanhol.