'Eles pensaram que eu estava morta', diz viúva de presidente do Haiti

A primeira-dama, Martine Moïse, esposa do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, brutalmente assassinado no último dia 7 de julho, detalhou como foi o dia em que precisou se fingir de morta, depois de receber tiros no cotovelo dentro do seu quarto. 

“A única coisa que vi antes que o matassem foram as botas”, disse Martine Moïse sobre o momento em que seu marido, o presidente Jovenel Moïse, do Haiti, foi morto a tiros ao lado dela. "Então fechei os olhos e não vi mais nada."

Segundo ela detalha, depois se executarem o marido, um grupo de homens saíram do quarto em fileira. “Quando eles partiram, pensaram que eu estava morta”, disse ela.

Moïse questiona o que teria acontecido com os 30 a 50 homens que costumavam ficam em sua casa sempre que o marido estava em casa. Segundo ela, nenhum dos guardas foi morto ou ferido. “Não entendo como ninguém foi baleado”, disse ela.

Os assassinos entraram desimpedidos, disse ela. Outra lembrança que tem do momento, é que nenhum dos homens falava crioulo ou francês, apenas espanhol. Ela também lembra que eles procuravam alguma coisa em uma prateleira, onde o marido guardava alguns arquivos. “Eles estavam procurando algo na sala e local”, disse Martine.

“Neste momento, senti que estava sufocando porque havia sangue na minha boca e eu não anti respirar”, disse ela. “Na minha cabeça, todo mundo estava morto, porque se o presidente pudesse morrer, todo mundo poderia ter morrido também.”

“Gostaria que as pessoas que fizeram isso sejam capturadas, caso contrário, eles matarão todos os presidentes que assumirem o poder”, disse ela. “Eles fizeram isso uma vez. Eles vão fazer isso de novo."

Escondida, por segurança, com seus filhos, a primeira-dama, está pensando em concorrer à presidência, depois de fazer mais cirurgia em seu braço direito, que talvez não recupere o movimento. 

“O presidente Jovenel teve uma visão”, disse ela, “e nós, haitianos, não vamos deixar isso morrer”.