Em CPI da Covid, Mayra Pinheiro afirma que Brasil não é obrigado a seguir a OMS
Servidora ainda negou que Bolsonaro recomendou uso de cloroquina como tratamento precoce da Covid-19

Foto: Reprodução / Agência Brasil
Em depoimento à CPI da Covid-19 no Senado, nesta terça-feira (25), a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, rebateu as alegações de parlamentares que frisaram a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) no sentido contrário ao que defende o governo brasileiro.
Segundo ela, o país não é "obrigado" a seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde. E, caso o tivesse feito, teria "falhado" em vários aspectos do enfrentamento à doença.
Considerada a maior autoridade em saúde pública no mundo, a OMS recomendou, em julho do ano passado, a interrupção do uso da cloroquina e hidroxicloroquina no combate aos sintomas provocados a partir da contaminação.
Na perspectiva da servidora, no entanto, a entidade retirou as orientações com base em estudos de "qualidade metodológica questionável", o que segue a defesa de senadores bolsonaristas na CPI até o momento.
A “capitã cloroquina”, como ficou conhecida, alegou que as pesquisas observam os efeitos da cloroquina na fase "tardia da doença" e alega que já é sabido que "não há benefícios aos pacientes" nesta fase.
“É preciso que a gente deixe, primeiramente, claro, que a OMS é um braço da ONU que trata das questões relativas à saúde. Embora o Brasil seja signatário dessa entidade, o Ministério da Saúde de todos os países são órgãos independentes e têm sua autonomia para tomada de decisões de acordo com as situações locais", disse.
Mayra Pinheiro negou que recebeu recomendações do presidente Jair Bolsonaro para prescrever a cloroquina como tratamento precoce da Covid-19.
Além disso, a servidora ainda afirmou que fechar escolas impediu imunização de rebanho em crianças. Segundo ela, um dos maiores erros do combate à pandemia no país.
Falta de oxigênio em Manaus
Mayra Pinheiro em determinado momento do depoimento, contradisse o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello ao afirmar que o ministério soube sobre a falta de oxigênio em Manaus em 8 de janeiro deste ano. Pazuello disse à CPI que foi alertado sobre a situação apenas na noite de 10 de janeiro.
Fiocruz
Em um momento inusitado, a depoente afirmou que viu um ter visto um "pênis inflável" na frente da Fiocruz, que definiu como sendo uma entidade de esquerda.


