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Em dez anos, o futuro das viagens pode ser guiado mais pelo propósito do que pelo preço!

Cenários e Percepções de Futuros do Turismo” projeta 2035 com sustentabilidade, inovação e pessoas no centro das transformações

Por Michel Telles
Às

Em dez anos, o futuro das viagens pode ser guiado mais pelo propósito do que pelo preço!

Foto: Divulgação

Como você imagina o turismo daqui a 10 anos? O que guiará as escolhas de viagens? Quais habilidades que devem ter o profissional do turismo do futuro? Essas foram algumas das perguntas que nortearam o estudo “Reimaginando o Amanhã: Cenários e Percepções de Futuros do Turismo”, apresentado pela Braztoa durante o Festuris 2025, dentro da programação do SEEDS, no Palco ESG. A pesquisa, elaborada especialmente para o evento, teve como tema central o convite a repensar o amanhã e apresentou resultados preliminares sobre os caminhos possíveis para o futuro do turismo.

Desenvolvido pela Braztoa e a GKS Inteligência Territorial, com condução da  professora e pesquisadora Mariana Aldrigui, o estudo reúne percepções de profissionais do setor e estudantes de turismo sobre o futuro da atividade até 2035, propondo uma reflexão sobre os cenários possíveis para o turismo na próxima década. A análise considera as grandes forças de mudança – sociais, tecnológicas, climáticas e comportamentais – e como o setor pode se preparar para reagir, se antecipar e até mesmo moldar essas transformações.

Um futuro de avanços com consciência

A maioria dos participantes acredita que o Brasil estará em um caminho melhor que o atual (79%), e que o turismo seguirá como um dos motores da economia (66%). Ao mesmo tempo, 35% reconhecem que esse avanço deve ocorrer em meio a tensões estruturais, como desigualdade e instabilidade econômica e outros 25% em meio a crises recorrentes. Essa combinação revela esperança no setor, mas sem idealizações, indicando uma consciência de que o avanço ocorrerá em meio a tensões estruturais, crises e grandes desafios. Neste cenário, o grande desafio é garantir que o desenvolvimento venha acompanhado de equidade.

Tecnologia e clima: os dois grandes vetores de transformação

As forças mais citadas para o futuro do turismo foram a tecnologia e a inteligência artificial (34%) e as mudanças climáticas (27%), evidenciando o duplo desafio de inovar e reduzir impactos. Economia e renda (22%) aparecem como o terceiro fator decisivo, reforçando a importância do consumo interno. Nesse cenário, o grande desafio é unir inovação e sustentabilidade. 

A tecnologia pode impulsionar eficiência, personalização e novos modelos de negócio, mas só será uma verdadeira aliada se avançar junto com a regeneração ambiental e a redução dos impactos climáticos. Ao mesmo tempo, surgem oportunidades para o desenvolvimento de soluções inteligentes que diminuam emissões e ampliem a eficiência, como o uso de dados e IA para personalizar experiências sustentáveis e orientar escolhas mais conscientes de viagem; a aplicação de tecnologia para otimizar fluxos, consumo de recursos e gestão de carbono; o estímulo à inovação em transporte e mobilidade limpa, reduzindo emissões e custos; e a criação de soluções digitais inclusivas que ampliem o acesso de pequenas empresas e comunidades à transformação digital.

Do preço ao propósito

Mais de 40% dos respondentes associaram o comportamento futuro dos viajantes à sustentabilidade e propósito, superando preço e conveniência. Isso indica que os participantes já percebem um movimento ético e consciente nas decisões de viagem. O desafio será substituir o discurso da experiência pelo da transformação significativa, entregando valor emocional, social e ambiental. É necessário pensar em um turismo em que viajar tenha sentido — para quem vai e para quem recebe. Surge, assim, uma grande oportunidade de incentivar o turismo regenerativo e comunitário, conectando visitantes a causas, territórios e culturas locais, reposicionando produtos e destinos a partir de propósito e impacto, e fortalecendo experiências que unam emoção, consciência e resultados positivos. Também é essencial aproveitar o interesse crescente por autenticidade, reforçando vivências que gerem pertencimento e conexão genuína. O turismo precisa transformar a sustentabilidade em proposta de valor central, e não apenas diferencial.

Formatos das Viagens 

A predominância (67%) da expectativa por viagens mais curtas e frequentes reflete a consolidação do turismo de proximidade e das agendas híbridas, que combinam trabalho e lazer. O desafio é diversificar a oferta regional, dispersar a demanda e fortalecer economias locais. Ao mesmo tempo, surgem oportunidades para consolidar o turismo de curta distância como eixo de desenvolvimento regional. Promover destinos complementares, conectar territórios próximos, reduzir a concentração e estimular rotas integradas, o turismo de base comunitária e as experiências regenerativas são apostas promissoras nesse cenário. 

O futuro do trabalho no turismo

O estudo revela um equilíbrio entre a percepção de um trabalho mais humanizado e personalizado (36%) e outro mais tecnológico e remoto (29%). Já 22% acreditam que, em 2035, o turismo será mais automatizado. O grande desafio está em preservar o toque humano, com suporte tecnológico, estimulando a inovação e mantendo um relacionamento genuíno em um cenário cada vez mais automatizado.

Entre as competências mais valorizadas para o profissional do futuro, destaca-se o “criador de experiências únicas”, apontado por 59% dos respondentes, seguido pelos especialistas em dados e tecnologia (24%). Outros 10% mencionam o vendedor versátil, e 7% o gestor de sustentabilidade.

Diante desse cenário, torna-se essencial formar profissionais criativos, empáticos e preparados para atuar em um turismo cada vez mais digital, mas profundamente humano. Isso exige investimento contínuo em capacitação e requalificação, com foco no desenvolvimento de competências digitais e socioemocionais. O futuro do turismo demanda perfis híbridos, capazes de unir criatividade, domínio tecnológico e propósito. Ao mesmo tempo, é estratégico automatizar processos operacionais, liberando tempo e energia para personalizar experiências e cuidar genuinamente do viajante. O uso inteligente de dados e da inteligência artificial será fundamental para aprimorar decisões, o design de produtos e o atendimento em tempo real, fortalecendo um turismo mais eficiente, humano e inspirador.

Palavras que moldam o amanhã

Quando convidados a escolher uma palavra que representasse o turismo em 2035, os participantes apontaram “sustentabilidade” como conceito central, acompanhada de termos como inovação, experiência, crescimento, natureza, desafio e pessoas. Essas associações revelam um futuro em que o turismo é visto não apenas como atividade econômica, mas como força de regeneração e transformação social — uma visão mais consciente e equilibrada, que busca alinhar progresso e propósito. Quando convidados a imaginar o turismo do futuro, ele foi descrito como formado por natureza (43%), emoção (25%) e pessoas (18%): um turismo verde, humano e sensível, no qual o valor está nas conexões, não apenas nas transações.

“A parceria com a Braztoa representa o espírito que queremos fortalecer no Festuris: um olhar atento, responsável e corajoso para o futuro. Ao reunir profissionais e estudantes para refletir sobre os próximos dez anos do turismo, abrimos espaço para refletir e entender para onde estamos indo e, sobretudo, para antecipar caminhos. No Festuris, acreditamos que preparar o setor para o que vem adiante é uma das maiores contribuições que podemos oferecer”, comenta Marta Rossi, CEO do Festuris.

“Muitas das decisões que tomamos são influenciadas pelas nossas percepções de futuro, e essas percepções são formadas por uma coleção de informações vindas das mais variadas fontes. A partir dos cruzamentos dos dados obtidos com essa pesquisa, conseguimos perceber que há muito espaço para inovação com responsabilidade, e que de fato, as preocupações com sustentabilidade estão internalizadas e logo se transformarão em exigências dos consumidores”, indica a professora Mariana Aldrigui.

“Construir cenários é uma forma de enxergar o turismo como um sistema vivo, que reflete escolhas coletivas e movimentos globais. Os dados desta pesquisa mostram que a próxima década será marcada pela convergência entre tecnologia, sustentabilidade e comportamento humano. Entender essas tendências é essencial para orientar decisões hoje e garantir que o futuro do turismo brasileiro seja inovador, equilibrado e inclusivo”, afirma Cássio Garkalns, CEO da GKS Inteligência Territorial.

“Criar cenários é um exercício estratégico: serve para ampliar o olhar, estimular a inovação e preparar o setor para reagir e se antecipar às transformações que já estão em curso, ou até mesmo moldá-las e reconstruí-las a partir do que entendemos e como a melhor versão do futuro. Ao imaginarmos as possibilidades fortalecemos a capacidade do setor de se adaptar e liderar mudanças, reconhecendo desafios e oportunidades e, com isso, transformando incertezas em oportunidades. O turismo do futuro será aquele que conseguir equilibrar tecnologia, emoção e natureza, colocando as pessoas no centro de tudo e agindo com propósito e compromisso”, afirma Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa.

Os cenários futuros mostram que o turismo pode seguir muitos caminhos. A pesquisa convida o setor a refletir, sentir e agir, reconhecendo que o verdadeiro futuro será definido pelas decisões tomadas hoje. Cada escolha refletirá prioridades e valores, e o avanço dependerá da capacidade coletiva de cooperar, inovar e regenerar. O estudo reafirma o compromisso da Braztoa, da GKS e do Festuris em promover conhecimento e transformação, preparando um turismo mais consciente e conectado aos desafios e oportunidades do presente e do futuro. 

Acesse aqui os resultados prévios desta pesquisa

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