Em fase de teste, vacina brasileira contra Covid-19 começa a ser testada em humanos

Vacina é desenvolvida com tecnologia RNA replicon autoamplificante

[Em fase de teste, vacina brasileira contra Covid-19 começa a ser testada em humanos]

FOTO: Gilberto Júnior/Farol da Bahia

A primeira dose do Estudo Clínico de Fase I, com seres humanos, da vacina brasileira RNA MCTI CIMATEC HDT contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, será aplicada nesta quinta-feira (13), na sede do Serviço Nacional da Indústria (Senai), em Salvador. O imunizante é baseado na tecnologia RNA replicon autoamplificante, capaz de codificar a proteína spike do SARS-CoV-2.

Todo o processo de pesquisa é financiado pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e o desenvolvimento conta com a  parceria da HDT Bio Corp (EUA) e RedeVírus MCTI.

Participam desta fase do estudo 90 voluntários, com idade entre 18 e 55 anos. De acordo com o médico infectologista e professor titular do Senai Cimatec, Roberto Badaró, os participantes irão receber o imunizante em dose única ou em duas doses, com intervalos diferentes, divididos em três grupos.

O primeiro grupo será vacinado com duas doses com intervalo de 29 dias. No segundo grupo também serão ministradas duas doses, mas com intervalo de 57 dias. Já no terceiro, será aplicada a dose única.

Nesta etapa, serão avaliadas a segurança, reatogenicidade e imunogenicidade da vacina. 

“Esse estudo é realizado apenas na Bahia. Nós iremos testar três diferentes concentrações de dose. Logo depois, será  verificada qual delas se mostrará mais promissora na produção de resposta imune”, explicou Badaró.

“A  expectativa é que essa vacina possa proteger contra todas as variantes da Covid-19 existentes até o momento”, completou o especialista.

Ainda segundo Badaró, a pesquisa terá outras duas fases, até que o imunizante seja aprovado para registro e produção no Brasil. Uma vez comprovada a segurança na fase 1, após as análises estatísticas dos dados, terá início a fase 2, com a participação de 400 indivíduos. Da mesma forma, o início da fase 3 dependerá dos resultados da fase anterior. Para a fase 3 está previsto o recrutamento de 3.000 a 5.000 participantes. Com isso, o período de testes deve durar cerca de um ano.

Composição

A vacina é composta de duas plataformas tecnológicas: o replicon de RNA (substância ativa) e uma formulação lipídica (Lion). Por meio dessas duas plataformas inéditas e inovadoras, espera-se que a vacina seja capaz de gerar uma imunização robusta e duradoura com uma dose menor de imunizante.

O repRNA (replicon de RNA) é o primeiro imunizante que utiliza essa tecnologia e a ter uma fase de estudos realizada no Brasil. O replicon de RNA é capaz de se autoamplificar e ser reconhecido pelo organismo como um RNA mensageiro, que, por sua vez, ensina o corpo humano a produzir respostas contra o vírus (anticorpos).

De acordo com o governo, o imunizante tem nível tecnológico comparável ao dos imunizantes utilizados no mundo, como as vacinas da Moderna e da Pfizer.


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